Depois de cair quase 50% em janeiro o preço do Bitcoin (BTC) vinha recuperando seu valor em fevereiro voltando a ser negociado acima de US$ 40 mil. No entento, a principal criptomoeda do mercado voltou a sofrer derrotas em seu valor que caiu 8,8% na semana entre 14 e 20 de fevereiro, não conseguindo sustentar a marca de US$ 40.000.
Como destaca uma análise da Passfolio, somente em 17 de fevereiro, o bitcoin caiu 7,6% e os três ETFs futuros de bitcoin dos EUA (BITO, BTF e XBTF) caíram cerca de 5,8% na semana, ficando atrás dos resultados negativos do fim de semana para o bitcoin.
Reflexo do resultado negativo, o Crypto Fear & Greed Index está de volta ao “extreme fear” (medo extremo) após alguns dias de melhora, com uma pontuação de 25, abaixo dos 46 da semana passada.
Além disso, a Passfolio destaca que o Bitcoin também não conseguiu sustentar o nível de US$ 39.600, abrindo caminho para um mergulho abaixo de US$ 38.000. William Suberg liga a queda a novas ameaças de sanções à Rússia.
"A marca de US$ 40.000 é importante para os “touros” e deve ser testada novamente nos próximos dias - os investidores devem ficar de olho nela, e se o preço quebrar US$ 40 mil, pode desencadear uma grande alta", afirma a empresa.
Ecossistema cripto amadureceu
A Passfolio também aponta que de tempos em tempos, a SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, solicita comentários do mercado sobre as mudanças de regras propostas. Isso geralmente é protocolar e sem intercorrências, mas recentemente a SEC abriu comentários sobre a proposta de conversão do Grayscale BTC Trust (GBTC) em um ETF.
Os investidores se reuniram para contribuir e a agência reguladora já recebeu quase 200 cartas, com a maioria delas apoiando a conversão e destacando o fato de que faz pouco sentido rejeitar um ETF de Bitcoin à vista quando um ETF de futuros já está sendo negociado.
Outro argumento é que a maioria dos outros países já aprovou ETFs de criptomoedas à vista, e os EUA estão ficando para trás na inovação do mercado financeiro. A proposta ainda está aberta para comentários, a contribuição para a discussão pode ser feita através deste link.
Esta não é a primeira vez que a SEC abre a questão da conversão do GBTC para debate. A última vez que foi aberto, em outubro, havia apenas 14 comentários, segundo o Yahoo Finance.
Em 2018 também houve uma rodada de comentários, e Eric Balchunas percebeu o quanto a discussão evoluiu desde então, já que naquela época alguns dos comentários foram coisas do tipo “it’s liiiiiiiiiit” e “Bitcoin não passa de um presente de Deus para a humanidade”.
Além disso, em 8 de novembro, a empresa aponta que os congressistas Tom Emmer e Darren Soto enviaram uma carta à SEC questionando o raciocínio por trás da recusa do ETF Bitcoin à vista. Em 17 de fevereiro a SEC respondeu, repetindo que uma de suas obrigações é “impedir atos e práticas fraudulentas e manipuladoras”.
“A SEC perceberá que a discussão amadureceu e que muitos stakeholders são a favor da conversão, mas a agência provavelmente manterá sua posição de que o mercado de bitcoin é um 'oeste selvagem' e, portanto, está protegendo os investidores com sua recusa”, disse David Gobaud, fundador e CEO da Passfolio.
Isso significa que provavelmente não haverá um ETF à vista em 2022.
O que esperar
Na Europa, a Fidelity, uma das maiores empresas de investimento do mundo com US$ 4,5 trilhões em ativos sob gestão, entrou no mundo das criptomoedas lançando seu primeiro ETP de bitcoin com uma taxa de 0,75%. Isso se junta a outros produtos baratos, como o Bitcoin Zero ETP da Valour, que não cobra taxas.
"Enquanto isso, nos EUA, as instituições financeiras provavelmente terão que continuar criando outras maneiras de seus clientes ganharem exposição às criptomoedas. No entanto, essa criatividade vem com um custo maior. O GBTC cobra uma taxa de 2%, mas atualmente está sendo negociado com um desconto de cerca de 25% em relação ao preço do Bitcoin. A taxa do BITO é de 0,95%, mas um ETF de futuros vem com custos de rolagem de quase 10% ao ano", finaliza a análise da Passfolio.
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