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BTG Pactual lança secutiry token fora do Brasil, mas mira mercado interno: 'É questão de quando e não se'

Sócio do banco de investimentos brasileiro diz que entrada do banco no mercado cripto nacional será “um processo natural”

BTG Pactual lança secutiry token fora do Brasil, mas mira mercado interno: 'É questão de quando e não se'
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O banco de investimentos brasileiro BTG Pactual anunciou o lançamento de um token de segurança chamado ReitBZ (RBZ) para investimento em ativos imobiliários na blockchain, em comunicado enviado ao Cointelegraph nesta quinta, 21 de fevereiro. 

A iniciativa é capitaneada em parceria com a Enforce, empresa de gestão de ativos de risco gerida pelo próprio banco, e permitirá aos investidores comprar o token através de uma plataforma digital usando o Gemini, stablecoin atrelada ao Dólar dos irmãos Winklevoss. 

É a primeira oferta desse tipo feita por um banco no mundo e a primeira de ativos físicos brasileiros distribuídos com essa tecnologia.

O sócio do banco BTG Pactual e responsável pela equipe que tratará da implementação do projeto, André Portilho, conversou com exclusividade com o Cointelegraph Brasil e contou o como o banco resolveu se envolver o mercado cripto. 

Segundo ele, o banco estuda a entrada no mercado desde a primeira alta do Bitcoin (BTC) em 2017. Com o tempo, o banco estudou diversas opções e escolheu por aquela que se mostrou o caminho “mais fácil, mais curto e mais seguro”, segundo o executivo:

“Para uma tecnologia nova ficar de pé, há um primeiro estágio que é mais de vanguarda, de bang-bang mas depois vem a regulamentação, segurança, etc. A gente então optou por fazer uma oferta própria - e obviamente como um banco de investimentos a gente tem uma capacidade de geração produtos muito boa. Então a questão foi mais de escolher o primeiro produto e botar em execução”.

Portilho também disse que, apesar da decisão de não incluir o Brasil entre os países que terão acesso à oferta do RBZ, o banco acredita que a questão do mercado brasileiro mostrar-se acessível para este mercado é “de quando e não de se”:

“Vai ser um processo natural pra gente ver essa oferta sendo feita no Brasil também. Ou usando uma regulamentação que já existe, mas que ainda gera muitos curtos e demanda muito tempo, ou vai haver uma evolução da regulamentação em algum momento, pra se adaptar a essa nova tecnologia, que é um processo normal, a tecnologia avança e depois vem a regulamentação”, acredita.

O sócio do BTG Pactual ainda disse acreditar que o mercado brasileiro pode colocar-se entre os mercados competitivos para os criptoativos, apesar de não querer estipular um prazo para isso acontecer.

“O desenvolvimento de capitais no Brasil hoje, com essa absorção das tecnologias novas, é muito importante para o país e para o continente, por quê no mercado global quem vai atrair as jurisdições são as que estão estão em condições mais favoráveis, e o Brasil tem total condições de ser um desses mercados”, concluiu.

O token será utilizado na negociação internacional de ativos imobiliários de risco no Brasil - ou seja, investidores internacionais, que terão acesso aos tokens, estarão investindo em fundos de imóveis localizados no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro e em São Paulo. 

Segundo o comunicado enviado à imprensa, o portfólio do ReitBZ será composto de propriedades urbanas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, que foram impactadas pela recessão econômica do país e oferecem “grande potencial de valorização”, completa o texto em inglês.

O BTG Pactual planeja arrecadar US$15 milhões com a oferta inicial do token. O banco também estabelecerá um mercado secundário após a oferta para fornecer liquidez aos tokens.

Os critérios de elegibilidade buscam garantir o cumprimento dos requisitos regulamentares aplicáveis de combate à lavagem de dinheiro e proteção ao consumidor.

A ideia de um fundo de investimento em imóveis não é novidade - a também brasileira Dynasty tem projeto semelhantes, conforme mostrou o Cointelegraph.