As brasileiras Heloisa Passos e Giovana Simão estão entre as 40 empreendedoras selecionadas para um programa de aceleração do fundo Astellas. Passos e Simão são empreendedoras no ecossistema Web3 brasileiro, e usarão as oportunidades de networking e possíveis investimentos para fomentar o crescimento do setor.
Acelerando a Web3
Em 2022, startups compostas por mulheres captaram apenas 1,9% de todo o capital aportado por fundos de capital de risco, apontam dados do PitchBook, citados pelo TechCrunch. Ainda segundo o PitchBook, o percentual dispara para 17,2% quando a startup é fundada por uma mulher, mas conta com homens na equipe. “Isso aponta para a importância dada a sempre ter um homem na sala”, avalia o TechCrunch.
O programa de aceleração, chamado AstELLAS, tem o objetivo de reduzir a lacuna de investimentos em projetos liderados por mulheres, informa um comunicado compartilhado com o Cointelegraph Brasil. Foram selecionadas 40 empreendedoras, de 17 diferentes áreas de atuação, incluindo a Web3.
Heloisa Passos, uma das empreendedoras selecionadas, é CEO da Trexx, uma startup de jogos em blockchain. Em 2020, Passos fundou a maior comunidade de Axie Infinity da América Latina e, desde então, tornou-se uma figura relevante no cenário de jogos em Web3 no Brasil.
“A blockchain transformou minha vida, e isso só foi possível porque, desde o início, estive comprometida com o real potencial que temos em exportar talentos e tecnologias para o resto do mundo, e os games serão a grande porta de entrada para que novas pessoas adentrem essa nova economia”, afirma a CEO da Trexx.
O programa de aceleração terá duração de dois meses, com sete encontros focados em networking e acesso a conhecimento com pilares, como produto, preço, pessoas, pitch e processos, diz Passos. A intenção é conseguir recursos para investir em tecnologia e marketing para outros países da América Latina.
Giovana Simão, CEO da Cobogo, foi a outra empreendedora da Web3 selecionada para o programa AstELLAS. A Cobogo é um ecossistema que pretende escalar os investimentos em criadores de conteúdo, e planeja se organizar em uma organização autônoma descentralizada (DAO, na sigla em inglês).
“Eu acredito que os criadores de conteúdo são uma nova classe de ativos, se tornando grandes empresas e competindo com as gigantes marcas do nicho. O mercado de influenciadores já não é mais coisa de jovem rebelde, agora é negócio de gente grande”, diz Simão.
Ao Cointelegraph Brasil, a CEO da Cobogo afirma que quer tornar o projeto a maior DAO de criadores de conteúdo do mundo. Para isso, a Cobogo está em fase de captação de recursos.
“Estamos captando nessa rodada US$ 1,5 milhão para avançar com todo nosso projeto de investir em creators, e tornar o financiamento escalável para esses profissionais. Nosso diferencial é que iremos trabalhar com a comunidade, numa espécie de DAO. Onde os próprios membros da DAO poderão nos indicar em quem ficar de olho para receber o investimento”, conclui Simão.
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