As empresas Bitgo, Nousi Finance, Genezys e Banco Topázio anunciaram, nesta sexta, 22, o lançamento do primeiro fundo de criptomoeda que poderá ser usado para trading no mercado secundário, o Token Fund I, "Fundo 3.0".

Segundo os desenvolvedores do fundo, ele é uma nova categoria de investimentos que possui uma estrutura similar à de um fundo tradicional, mas com facilidade de distribuição de dividendos e desbloqueio de liquidez para os investidores, regulada nos moldes da Instrução Normativa 88 da CVM.

O lançamento do Token Fund I conta com participação da Nousi Finance, responsável pela consultoria, que irá recomendar a carteira do portfólio, bem como as operações a serem realizadas; Genezys, plataforma de investimentos regulada pela CVM e com a tokenização da oferta; BitGo, custodiante de Bitcoin, e Topázio, responsável pelo câmbio da captação.

"A estrutura é para garantir a segurança do produto, feito com uma combinação de regulamentação e tecnologia, removendo quase todos os intermediários tradicionais e refletindo em maior lucratividade e eficiência de capital", destaca o comunicado.

Andrey Nousi destacou que a estratégia do fundo buscará retornos maiores que o mercado amplo de criptoativos. O portfólio poderá ser composto de large caps (como Bitcoin e Ethereum) e outras altcoins (top 100), além de dólar (para gestão de caixa) e ativos para gestão de risco.

"A montagem do portfólio será feita por um tríade: análise fundamentalista, análise técnica e gestão de risco. Como o foco é gestão ativa, o investidor pode esperar mudanças no portfólio com o passar do tempo, mediante as condições do mercado", disse.

Token Fund I

Embora o Brasil tenha atualmente mais de 12 fundos diferentes com exposição em criptoativos, Andrey Nousi afirma que o Token Fund I é único, pois, nos fundos tradicionais, em sua maioria, são limitados a somente investidores qualificados (aqueles que possuem mais de R$1 milhão investido, declarando por escrito). No Fundo 3.0 não há essa restrição. Além disso, os fundos tradicionais não possuem liquidez no secundário. 

Atualmente, os fundos tradicionais não possuem liquidez no secundário. Assim, a única maneira para o investidor resgatar seu investimento é diretamente com a gestora e passiva de janelas longas (às vezes D+30, etc).

"Nesse formato do Fundo 3.0, o investidor terá acesso a um mercado para negociar suas cotas diretamente com outros investidores de maneira imediata, o que trará mais liquidez", garante Nousi.

Segundo Nousi, os fundos nesse modelo garantem ao investidor maior possibilidade de liquidez, automatização de recebimento de lucros e dividendos, democratizam o acesso a mais pessoas com possibilidade de investimentos menores, reduzem os riscos de uma investida sem a gestão profissional, além de serem isentos da taxação dos fundos tradicionais, os famosos comem-cotas.

Pela parte legal e regulamentar, Token Fund I está baseado na resolução 88 da CVM, o que protege o interesse dos investidores e assegura ampla divulgação das informações sobre os emissores e seus valores mobiliários.

Nousi garante que além de reduzirem os riscos da operação, por contarem com a presença de uma gestão profissional e serem isentos dos come-cotas. O investidor não será bitributado, ficando livre do imposto de renda sobre os dividendos recebidos da operação. 

"Sem abrir mão da segurança do mercado, tudo é feito com uma combinação de regulamentação e tecnologia, removendo quase todos os intermediários tradicionais e refletindo em potencial de maior lucratividade e eficiência de capital. Parte da eficiência operacional resulta do uso da blockchain, contratos inteligentes e inteligência artificial, o que reduz para horas o tempo de processos que anteriormente levavam dias para serem estruturados", finalizou.