Resumo da notícia:
Brasil registra saldo anual negativo em fundos de criptomoedas em 2025, seguindo na contramão do mercado global.
Investidores brasileiros retsgataram US$ 1 milhão na última semana de dezembro, acumulando US$ 3 milhões em saídas no ano.
A queda no preço do Bitcoin está correlacionada aos resgates em ETFs, mas a melhora na liquidez dos EUA pode favorecer uma recuperação.
Os investidores brasileiros sacaram US$ 1 milhão de fundos de criptomoedas (ETPs) na semana encerrada em 26 de dezembro. Em âmbito global, os ETPs de criptomoedas somaram US$ 446 milhões em saídas, segundo relatório da CoinShares.
O movimento se alinha à tendência global de fuga de capital do mercado de criptomoedas registrada no quarto trimestre de 2025. Desde outubro, US$ 3,2 bilhões foram sacados globalmente de fundos de investimentos atrelados ao setor.
Apesar do fluxo contínuo de resgates recentes, o saldo anual se mantém positivo, somando US$ 46,2 bilhões. O Brasil, no entanto, fecha 2025 na contramão do mercado global, com um saldo anual negativo de US$ 3 milhões. Ainda assim, os produtos de investimento em criptomoedas no país terminam o ano com US$ 1,3 bilhão em ativos sob gestão.

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Saldo dos ETPs de criptomoedas cai em relação a 2024
O saldo total dos fundos de investimento em criptomoedas caiu em 2025 na comparação com 2024, destaca James Butterfill, analista da CoinShares:
“Os fluxos acumulados no ano permanecem em grande parte em linha com o ano passado, com entradas totalizando US$ 46,3 bilhões, em comparação com US$ 48,7 bilhões em 2024.”
Em contrapartida, o total de ativos sob gestão cresceu 10%, “indicando que o investidor médio não obteve um resultado positivo este ano, considerando os fluxos de capital”, acrescentou Butterfill.
Queda do preço do Bitcoin está associada a saques nos ETFs
O desempenho negativo do preço do Bitcoin (BTC) no final de 2025 está diretamente associado ao saldo negativo nos ETFs e apenas uma sequência de aportes consistente pode reverter essa tendência, segundo o mais recente boletim de análise de mercado da Ecoinometrics.
Segundo a análise, o aumento dos influxos nos ETFs costuma antecipar uma alta no preço do Bitcoin:
“Quando os investidores se posicionam para uma recuperação, os ETFs de Bitcoin à vista tendem a apresentar entradas líquidas persistentes, e não apenas alguns dias isolados de alta. Infelizmente, ainda não chegamos lá.”
O gráfico abaixo mostra que a última sequência contínua de aportes nos ETFs de Bitcoin culminou na máxima histórica de US$ 126.000, registrada na primeira semana de outubro.

Desde então, “os influxos têm sido predominantemente sem direção definida, com breves rajadas de entradas que se dissipam rapidamente e são frequentemente seguidas por fluxos de saída,” aponta o boletim.
A análise sugere que a tendência do mercado de ETFs na primeira semana de janeiro será decisiva para o desempenho do Bitcoin. Saldos “decisivamente positivos seriam bem-vindos, já que as métricas de momentum de longo prazo do Bitcoin estão perdendo força.”
No cenário macroeconômico, o Índice Nacional de Condições Financeiras (NFCI), publicado semanalmente pelo Banco da Reserva Federal de Chicago, sinaliza uma melhora nas condições de liquidez nos Estados Unidos, o que poderia beneficiar o Bitcoin.
O índice agrega informações dos mercados monetários, de crédito e de ações para medir o estresse financeiro geral e a liquidez no sistema financeiro dos EUA. Valores crescentes indicam aperto nas condições financeiras, enquanto valores decrescentes sinalizam afrouxamento, que é o que o índice está sinalizando agora, segundo a Ecoinometrics:
“O que importa, hoje, é que as condições financeiras começaram a apresentar uma tendência de flexibilização nas últimas semanas, melhorando o cenário macroeconômico para o Bitcoin, mesmo que a ação de preço permaneça moderada.”
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o Bitcoin precisa subir pelo menos 6% até a quarta-feira, 31 de dezembro, para fechar 2025 em alta.

