Os fundadores da Orbs - a startup blockchain convidada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para sua conferência sobre o Plano de Paz para o Oriente Médio - estão mergulhados emuma batalha fratricida.
Como informou o site de notícias israelense Globes em 4 de agosto, Elad Arad, da Orbs, está processando seus cofundadores Uriel e Daniel Peled por tê-lo expropriado de sua parte na empresa, entre outras acusações.
Vislumbres pacíficos
A Orbs é uma empresa de infraestrutura blockchain israelense que arrecadou mais de US$ 133 milhões em uma oferta inicial de moedas no ano passado e, portanto, ficou entre os dez maiores projetos de ICO em termos de capital arrecadado em 2018, como reportou o Cointelegraph.
Em junho deste ano, o presidente Trump convidou uma pequena delegação de seis líderes empresariais de Israel para seu evento de lançamento do plano de paz para o Oriente Médio batizado “Peace to Prosperity”, no Bahrein.
Como observou o comunicado da Orbs na época, “nenhum funcionário de Israel ou da Palestina compareceu”, mas Netta Korin - outra cofundadora da Orbs e chefe do ramo de impacto social sem fins lucrativos da Fundação Hexa - foi uma das poucas selecionadas a serem convidadas pela administração.
Amargos antagonismos
Como relata a Globes, o processo de Arad foi aberto em 1º de agosto no Tribunal Distrital de Tel Aviv, após um processo de mediação que durou cerca de 18 meses e terminou sem um acordo entre as partes.
O processo acusa seus dois colegas de conspiração e fraude, citando motivos que incluem violação do dever fiduciário, privação de acionistas minoritários, quebra de acordo e obrigações, pilhagem de segredos comerciais e negligência.
O processo também envolve a Orbs e uma série de empresas relacionadas das quais os irmãos Peled são parceiros. Espera-se que seja superior a dezenas de milhões de dólares em reclamações.
A Orbs contestou veementemente as alegações de Arad, argumentando que elas “são essecialmente infundadas [...] O queixoso enriqueceu injustamente à custa dos outros. Esta tentativa não terá sucesso por aqui.”
Implicações Amplas
Além das ironias de tal discórdia intraempresarial local, as criptomoedas foram discutidas pela classe política da região em conexão com o conflito israelo-palestino.
No mês passado, o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, reiterou que seu governo está considerando usar criptomoeda como alternativa à moeda fiduciária de Israel, o shekel.
Enquanto isso, o ramo militante do Hamas - a autoridade governante de facto da Faixa de Gaza na Palestina - convocou seus partidários em janeiro a fazer doações à organização em Bitcoin (BTC) como uma estratégia para combater o isolamento financeiro.
Desde então, o grupo tem supostamente usado medidas cada vez mais complexas para frustrar as tentativas das autoridades de rastrear o fluxo do financiamento da criptomoeda.