A empresa global de pesquisa e consultoria de mercado Technavio divulgou recentemente um relatório de análise de mercado relacionada à logística terceirizada (3PL, na sigla em inglês) no Brasil. Segundo o levantamento, o setor pode crescer até 9,51% entre 2023 e 2027, o que representa um volume de pouco mais de US$ 11 bilhões no período, aproximadamente R$ 53,4 bilhões pela cotação do dólar americano nesta terça-feira (20).
De acordo com o documento, o uso de criptomoedas e da tecnologia blockchain estão entre as principais tendências para o crescimento, que depende ainda de fatores como o crescimento do e-commerce, economia de custos, escalabilidade, flexibilidade e melhoria do setor manufatureiro e de transportes do país.
Em relação à blockchain, a Technavio destacou que tecnologia disruptiva que suporta as criptomoedas é um sistema emergente controlado pelas partes interessadas, o que elimina a necessidade de uma autoridade central para a manutenção dos registros e favorece a rentabilidade, eficácia e segurança da cadeia de abastecimento, principalmente na logística.
A Technavio também destacou que a utilização de criptomoedas pelos fornecedores de logística terceirizada está no rol do aumento de eficiência e segurança de dados da cadeia de abastecimento no Brasil nos próximos anos. 

Motivações e desafios

O relatório, que abarcou os segmentos de mercado por serviços de transporte, armazenamento e distribuição, além do usuário final, nesse caso relacionado à fabricação, varejo, bens de consumos, saúde, entre outras áreas, também apontou elementos motivadores para o crescimento da 3PL.
Quanto ao setor manufatureiro, o estudo destacou que o Brasil possui a maior participação logística da América do Sul, com aumento de indústrias do varejo e de veículos automotores impulsionando as exportações por causa, principalmente, do enfraquecimento do real. 
Além disso, o levantamento apontou que o setor 3PL brasileiro está atraindo prestadores de serviço globais para os segmentos de minério de ferro, siderurgia, engenharia e outras indústrias que demandam capital intensivo e equipamentos pesados.
No caso dos desafios, o estudo salientou que a infraestrutura de transporte do país é inadequada. Nesse caso, a Technavio elencou os congestionamentos rodoviários, más condições das estradas, sistema ferroviário subdesenvolvido e alto custo logístico decorrente do transporte ineficiente. 
Por outro lado, a empresa destacou que o segmento de transportes no Brasil, avaliado pouco menos de US$ 8,2 bilhões em 2017, cerca de R$ 39,7 bilhões, também está servindo de catalisador de investimentos do desenvolvimento de infraestrutura de transporte, além de aportes em segmentos como armazéns, centros de distribuição e centros de carga modernos. 
Quem também resolveu abraçar a tecnologia blockchain foi a biorrefinaria brasileira Uisa, que utiliza a tecnologia no rastreamento de sua cadeia produtiva para a transparência e redução da pegada de carbono, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.