O Bitcoin permanece em zona de indecisão após a rejeição na resistência em US$ 110.500. Apesar da configuração de alta, os touros não demonstram força para buscar novas máximas históricas no curto prazo, segundo Arthur Driessen, analista da Crypto Investidor.

O preço do Bitcoin (BTC) bateu um novo recorde no fechamento semanal, no domingo, 6 de julho, ao atingir US$ 109.200, de acordo com dados da TradingView. A nova marca histórica coroou uma forte recuperação impulsionada por uma sequência contínua de fluxos institucionais sólidos após um período de realização de lucros na primeira metade de junho.

Na semana anterior, os ETFs spot de Bitcoin registraram saldo líquido positivo de US$ 667 milhões, apesar da queda no volume negociado em antecipação ao feriado da Independência dos EUA na sexta-feira, 4 de julho.

No entanto, todos os ganhos acumulados no fim de semana foram devolvidos com a reabertura dos mercados financeiros nos Estados Unidos nesta segunda-feira. O Bitcoin voltou a ser negociado abaixo de US$ 108.000, mesmo com a notícia de que o governo de Donald Trump deve adiar a implementação de tarifas comerciais de 9 de julho para 1º de agosto.

O boletim semanal de mercado da gestora de ativos digitais QR Asset Management atribuiu a queda ao movimento de uma baleia que movimentou 40.000 BTC que estavam inativos há 14 anos:

“Investidores de curto prazo (Short-Term Holders, STH) rapidamente reagiram ao evento, realizando vendas expressivas que impulsionaram um recuo momentâneo do preço.”

No cenário macroeconômico, os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos emitiram sinais mistos ao mercado, conforme destacou a análise:

“Foram criadas 147 mil vagas em junho, acima das expectativas, com uma média robusta de geração de empregos nos últimos três meses, especialmente em serviços e governo. Ao mesmo tempo, o crescimento salarial permaneceu abaixo do esperado, confirmando uma tendência firme de desaceleração no acumulado de 12 meses.”

A partir de agora, as atenções se voltam para a inflação, com o anúncio dos índices de preço ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI), agendado para 15 de julho. O comportamento dos preços tende a ser decisivo na definição da política monetária do Banco Central dos EUA (Fed) para o segundo semestre de 2025. Se os números mostrarem que a inflação está sob controle, aumenta a expectativa de queda nos juros, afirma a QR Asset Management.

Dados da FedWatch Tool da Bolsa Mercantil de Chicago (CME) apontam apenas 4,7% de chances de redução nos juros na reunião de 30 de julho. Ainda assim, atualmente as probabilidades indicam pelo menos mais dois cortes até o fim deste ano.

Análise do preço do Bitcoin

Em análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil, Arthur Driessen aponta que o preço do Bitcoin precisa superar a resistência consolidada em seu topo anterior de US$ 110.530 para confirmar que o movimento ABC de sua onda 2 foi finalizado. Em caso de rompimento, os próximos alvos situam-se entre US$ 150.000 e US$ 180.000.

Caso o rompimento não ocorra, provavelmente testemunharemos uma nova correção até regiões de suporte situadas em US$ 105.000, US$ 100.000 e US$ 98.000, segundo o analista.

“Caso perca o último suporte mencionado, há possibilidade de que a onda C do ABC se estenda até a região de US$ 90.000 a US$ 92.000 antes de buscar o topo do atual ciclo de alta, conforme o gráfico abaixo", conclui Driessen.

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Gráfico diário anotado BTC/USDT (Binance) com movimento ABC. Fonte: Crypto Investidor

Uma queda dessa magnitude representaria uma desvalorização de aproximadamente 15% em relação aos patamares de preço atuais.

Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil, analistas preveem que o Bitcoin busque a faixa de liquidez situada no suporte em US$ 105.000 antes de retomar sua tendência de alta.

Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.