Os ativos sintéticos (Synths) são aqueles cujo valor está atrelado a outro ativo, mas cujas funções podem extrapolá-lo. Os sintéticos rastreiam o valor dos ativos subjacentes e permitem a exposição aos ativos sem a necessidade de deter o ativo real, ou seja, é possível emitir um token lastreado em um ativo ‘real’ e criar a partir deste um ativo sintético.  

Como mencionado, os ativos tokenizados e sintetizados dão aos traders exposição de preço ao ativo sem a necessidade de realmente manter o ativo subjacente. Neste mercado de sintéticos, o Wrapped Bitcoin (wBTC) e o renBTC são os tokens sintéticos mais negociados.

 Os ativos tokenizados têm outra utilidade - eles podem ser negociados sem atrito entre si, o que significa que o wBTC possa ser trocado facilmente por outro sintético, tal como prata sintética ou outros tipos de bitcoin sintético em qualquer exchange descentralizada. Isso também significa que qualquer pessoa com uma carteira Ethereum agora tem acesso a qualquer ativo do mundo real que já tinha sido tokenizado. 

Entre os tokens sintéticos, o wBTC é o mais proeminente, representando US$ 700 milhões em tokens de bitcoin sintéticos negociados em exchanges descentralizadas.

imagem: Dune Analytics

 

Tipos de tokens sintéticos

Existem basicamente dois tipos diferentes de Synths, o Normal Synths e Inverse Synths. Os Sintéticos Normais estão positivamente correlacionados com os ativos subjacentes, enquanto os Inverses Synths estão negativamente correlacionados com os ativos subjacentes. 

Um exemplo de um ativo sintético é o Ouro Sintético (sXAU) que acompanha o desempenho do preço do ouro. Oráculos de preço rastreiam os preços dos ativos do mundo real utilizando os serviços  como os da Chainlink ou outro oráculo. Um oráculo de contrato inteligente alimenta a informação de preços através de várias fontes de terceiros confiáveis para evitar adulterações. 

Um exemplo de um Ativo Sintético Inverso é o Inverse Bitcoin (iBTC) que acompanha o desempenho inverso do preço do Bitcoin. Existem 3 valores-chave relacionados a cada Inverse Synths - o preço de entrada, limite inferior e limite superior.  

Vamos considerar o Bitcoin Sintético Inverso (iBTC) como um exemplo. Suponha que no momento da criação, o Bitcoin (BTC) esteja precificado em US$ 10.600 - este será o preço de entrada. Se o Bitcoin baixar US$ 400 para US$ 10.200, o iBTC agora valerá mais US$ 400 e terá o preço de US$ 11.000. O oposto também será verdade. Se o Bitcoin subir para US$ 11.000, o iBTC agora valerá US$ 10.200. 

Os Inverses Synths negociam em uma faixa com um limite superior e inferior de 50% do preço de entrada. Assim, aplica-se um limite para o lucro ou perda que se pode obter operando com Sintéticos Inversos. Uma vez alcançados os limites, as taxas de câmbio dos tokens são congeladas e as posições liquidadas. Uma vez desativados e liquidados, esses sintéticos só podem ser trocados em exchanges descentralizadas (DEX) a valores fixos.  

 

Ativos tokenizados e o mercado de sintéticos

As negociações de bitcoins sintéticos (sBTC) cresceram muito durante o ano de 2020. Entre os seis projetos de token de bitcoin sintético, o Wrapped Bitcoin (wBTC) assume a liderança, pois atualmente representa mais de 79% do mercado com 117.183 wBTC. Seguidos do RenBTC, 13.56% de acordo com a Dune Analytics.

O renBTC ultrapassou os US$ 250 milhões em circulação, enquanto tBTC, seu adversário mais próximo, representa um total de 2.564 ETH sintetizados em seu protocolo.

imagem: Dune Analytics

Quando são emitidos, grande parte dos wBTCs e outros sintéticos são negociados nos protocolos DeFi para que usuários possam ganhar taxas em juros de empréstimos, taxas de negociação ou “yield farming” — a busca pela melhor oportunidade de rendimentos possível em plataformas das Exchanges Descentralizadas (DEX).

Como os ativos sintéticos são criados 

A ideia por trás da criação de Synths é semelhante à criação do DAI no Maker. É preciso primeiro empenhar Ether (ETH) como garantia no contrato inteligente de alguma DEX antes de ser autorizado a criar o ativo sintético com base na garantia postada.

A ideia de tokenizar bitcoin é relativamente simples. Seguindo o mesmo princípio do DAI, deve-se deixar o Bitcoin em depósito bloqueado por algum mecanismo, emite-se tokens em outra rede e se aplica o Bitcoin como token correlato na outra ponta. 

Cada token na outra rede representará uma quantidade específica de Bitcoin. A âncora entre os dois ativos deve ser mantida e o processo deve ser reversível. Em outras palavras, será possível destruir os tokens em questão, desbloqueando os bitcoins "originais" na blockchain do Bitcoin novamente. 

Para outros sintéticos, é necessário primeiro efetuar o Synthetix Network Token (SNX), que atua como a garantia de apoio a todo o sistema atrelado aos tokens sintéticos na Sythentix, a principal exchange de sintéticos. O SNX é menos líquido em comparação com o ETH e seu preço é geralmente mais volátil. Para combater isso, uma grande garantia inicial mínima de 750% é necessária comparada com o mínimo de 150% de garantia inicial necessária no Maker. 

Isso significa que para cunhar dólar sintético (sUSD), será necessário de um mínimo de US$ 750 em SNX como garantia. 

A mineração de sintéticos é um sistema bastante intrincado, onde implica o tomador assumindo uma dívida, que é alterada dinamicamente dependendo do valor total dos sintéticos bloqueados no pool global de dívidas das DEX nas quais a cunhagem desses sintéticos são negociados, fazendo com que a dívida flutue com a variação dos valores sintéticos negociados. 

Por exemplo, se 100% dos sintéticos no sistema fossem Ethereum sintético (sETH), e o preço dobrasse, a dívida de todos dobraria, incluindo a dívida do próprio tomador também. Uma vez cunhados, esses tokens sintéticos podem ser negociados em Exchanges Descentralizadas como a Uniswap, a Curve ou qualquer outra DEX.

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