Mantendo a baixa volatilidade incomum que tem caracterizado a sua ação de preço ao longo de outubro, historicamente um mês de desempenho positivo para a maior criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC) fechou a quinta vela semanal achatada consecutiva – um claro sinal da estabilidade do mercado.

Ao contrário da semana anterior, o fechamento em US$ 19.570 consolidou uma vela verde, sinalizando uma valorização de 1,6% nos últimos sete dias. Ainda assim, os touros não mostraram força suficiente para dar prosseguimento ao rali dominical e no início da tarde desta segunda-feira, 24, praticamente todos os ganhos do dia anterior haviam sido devolvidos.

Desde 13 de setembro, a ação de preço do BTC está achatada em um canal estreito que tem US$ 18.125 como mínima e US$ 20.475 como máxima. O fato raro fez com que a volatilidade contínua de 20 dias do Bitcoin tenha registrado oscilações menores do que a dos dois principais índices de ações dos EUA pela primeira vez desde 2020, conforme relatou reportagem da CNBC.

Os dados também mostram que a diferença entre as volatilidades de 30 e 90 dias do Bitcoin e do mercado acionário vem diminuindo desde meados de setembro. Se por um lado as métricas revelam que o Bitcoin está mais resiliente às incertezas do cenário macroeconômico, a grande maioria dos analistas insiste em afirmar que um grande movimento de preços está se formando por trás desse longo período de lateralização.

Embora venha sendo anunciada há dias, a explosão da volatilidade insiste em não ocorrer, injetando doses equivalentes de tédio e ansiedade no mercado. Mais frustrante ainda é que até agora, muito próximo do seu fim, outubro não manteve a tradição de ser um dos meses com melhores retornos históricos para o preço do Bitcoin.

No acumulado do mês até agora, o par BTC/USD oscilou negativamente 0,6%, de acordo com dados do CoinMarketCap. Mas alguns fatores a serem observados atentamente esta semana podem fazer isso mudar.

Níveis de suporte e resistência

Em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil, o fundador da Crypto Investidor, Diego Consimo afirma que o Bitcoin está preso em um intervalo ainda mais estreito nos últimos dias. A definição em relação a um eventual reteste de suporte e resistência poderá ser determinada pelo rumo da ação de preço no intervalo entre US$ 19.050 e US$ 19.700, conforme delineado no gráfico abaixo.

Gráfico de 1 hora BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor

Desde a semana passada, destaca o analista, suporte e resistência mantêm-se inalterados: 

"O Bitcoin ainda precisa romper sua principal resistência de acumulação, que atualmente está em US$20.500 para iniciar um rali de alta. A principal zona de suporte ainda continua sendo em US$18.200."

Em caso de um rompimento ascendente, o próximo alvo de preço fica em torno de US$ 25.000, uma região próxima à linha de tendência de baixa (LTB) que vem desde a máxima histórica de novembro do ano passado. Por outro lado, caso o suporte ceda à pressão dos ursos, US$ 14.000 como fundo do atual ciclo continua em jogo, conforme se verifica no gráfico abaixo.

Gráfico diário BTC/USDT (Binance) com zonas de suporte e resistência. Fonte: Crypto Investidor

O peso do dólar e das ações

Embora a correlação entre o Bitcoin e os demais ativos de risco venha se reduzindo, os traders não devem ignorar completamente o comportamento do S&P 500, esclarece o analista, pois um movimento positivo do índice de ações ainda pode favorecer um movimento correspondente na ação de preço do BTC.

Segundo Consimo, o Bitcoin está uma sub onda atrás do S&P 500. "Embora os movimentos estejam um pouco diferentes, existe, sim, a ligação", afirma o analista antes de completar seu raciocínio:

"Os mercados especulativos estão se preparando para um rali de alta. O S&P 500 rompeu a resistência de 3.700 pontos e está em busca do rompimento da sua média móvel exponencial de 9 semanas para confirmar o rompimento dos 3.800, abrindo caminho rumo aos 4.000 pontos."

Consimo acredita que o cenário descrito acima e apresentado no gráfico abaixo pode se confirmar desde que o Banco Central dos EUA (Fed) não surpreenda o mercado e os investidores no próximo anúncio da taxa de juros para a economia norte-americana, agendado para a quarta-feira, 2 de novembro.

Por sua vez, o índice do dólar (DXY) continua sinalizando alguns sinais de exaustão após as máximas de 20 anos registradas em setembro, diz Consimo:

"O DXY está muito próximo de perder a Linha de Tendência de Alta (LTA) do RSI e confirmar a divergência Bearish abrindo o caminho para iniciar os ralis de alta do Bitcoin e das bolsas."

No início da tarde desta segunda-feira, o Bitcoin opera em baixa intradiária de 1,2% e está cotado a US$ 19.329, persistindo em seu movimento de indecisão, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, o estado atual do mercado tem se caracterizado por um embate entre baleias e sardinhas, no qual até agora os investidores do varejo estão em vantagem. Seriam eles os responsáveis por evitar uma queda do preço do BTC abaixo de US$ 18.00.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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