O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta quinta-feira, 19/06/2025, está cotado em R$ 579.853,80. Os touros buscam segurar US$ 104 mil como suporte para evitar uma queda adicional no preço do BTC que passa por momentos de indecisão tendo em vista a escalada do conflito entre Israel e Irã que pode envolver grandes potências como EUA e Rússia.

Bitcoin análise macroeconômica

O Federal Reserve decidiu manter as taxas de juros inalteradas, como já era amplamente esperado. No entanto, o tom adotado no comunicado e nas declarações posteriores foi mais rígido do que o mercado antecipava, reacendendo os temores de estagflação — quando há crescimento fraco combinado com inflação elevada.

Apesar dos sinais de desaceleração da inflação, o Fed reduziu as projeções de crescimento do PIB, o que pressionou os mercados. Sem pressa para cortar juros, a autoridade monetária dos Estados Unidos reforçou sua postura de “esperar e observar”, empurrando as expectativas de um primeiro corte para não antes de setembro.

“O Fed basicamente sinalizou que prefere errar pelo excesso de cautela. Mesmo com a inflação cedendo, a prioridade é garantir que ela não volte,” afirmou Valentin Fournier, analista-chefe da BRN Research.

Enquanto o ambiente macroeconômico gera incerteza, os fundos de índice (ETFs) deram sinais de recuperação e reforçaram o suporte ao mercado de criptoativos. Segundo dados consolidados, o fluxo para ETFs quase dobrou no Bitcoin, chegando a US$ 388 milhões. No Ethereum, os aportes foram de US$ 19 milhões, bem abaixo do que foi registrado no mês anterior.

“Os dados mostram que as instituições continuam otimistas no médio prazo para o Bitcoin. Por outro lado, o movimento de recuperação do Ethereum parece ter perdido força,” avaliou Fournier.

Apesar desse sinal positivo, o mercado segue sem tração. A combinação de riscos geopolíticos, juros altos e falta de catalisadores claros mantém os investidores na defensiva. O Bitcoin se mantém acima de US$ 100 mil, mas enfrenta forte resistência. A falta de força compradora aumenta as chances de uma nova busca pelo suporte em US$ 102 mil, caso o mercado não retome o fôlego.

“O fluxo institucional oferece algum alívio, mas os preços seguem frágeis. Enquanto o cenário macro e geopolítico não der trégua, o melhor é manter liquidez e proteger posições principais,” destacou o analista da BRN.

A casa adotou uma postura mais defensiva no curto prazo, com ajustes importantes no portfólio:

Caixa: 30% — Aumentado para garantir flexibilidade diante da volatilidade; Bitcoin: 60% — Posição principal, buscando estabilidade em meio ao risco macro; Ethereum: 7% — Redução da exposição, refletindo o enfraquecimento dos fluxos; Solana: 3% — Mantida como aposta de maior risco, porém sob vigilância constanteNo momento, preferimos manter pólvora seca. Estamos posicionados para capturar uma retomada, mas sem abrir mão da proteção,” concluiu Valentin Fournier.

FED e a taxa de juros nos EUA

Diferente da reunião anterior, o Fed retirou as menções às políticas do novo governo norte-americano e indicou uma redução nas incertezas sobre o cumprimento do seu duplo mandato — estabilidade de preços e pleno emprego.

“A decisão de não mexer nos juros já era amplamente esperada, mas surpreende a retirada das referências às políticas do novo governo e o reconhecimento de menos incertezas no comunicado”, afirmou Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

O Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) manteve a expectativa de dois cortes de 0,25 ponto percentual nos juros ao longo de 2025, o que levaria as taxas para o intervalo entre 3,75% e 4%. No entanto, as projeções econômicas mostram um quadro menos animador.

A inflação, medida pelo PCE, deve terminar o ano em 3,0%, acima das previsões anteriores de 2,7% em maio e 2,5% em dezembro. Já o desemprego deve subir para 4,5%, superando as estimativas anteriores de 4,4% e 4,3%. Além disso, o Fed revisou o crescimento do PIB para 1,4%, abaixo dos 1,7% de maio e dos 2,1% de dezembro.

“As projeções deixam uma mensagem relativamente ambígua. De um lado, mantêm cortes de juros em 2025. De outro, apontam para inflação mais alta, desemprego maior e crescimento mais fraco,” destacou Igliori.

Os mercados reagiram de forma moderada, com os principais indicadores operando em alta leve, sem movimentos bruscos após o anúncio.

Na entrevista coletiva, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou os riscos que as tarifas podem gerar sobre inflação e desemprego, mas reforçou a postura de aguardar antes de tomar qualquer decisão.

“Powell foi muito claro ao dizer que o Fed está em boa posição para esperar e observar os dados durante o verão, antes de considerar qualquer ajuste na política monetária,” explicou o economista da Nomad.

O presidente do Fed também mencionou, de forma breve, os riscos que o conflito no Oriente Médio pode trazer para os preços do petróleo, embora tenha minimizado o peso desse fator nas atuais decisões do comitê.

“O modo compasso de espera continua ativado e a grande questão agora é entender até quando ele será mantido,” concluiu Danilo Igliori.

Bitcoin análise técnica

Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, destacou que o BTC está em uma lateralização entre US$ 103 mil a US$ 109 mil. Quanto mais tempo ele passar acima desses US$ 103 mil, US$ 104 mil, acumulando, maior será o rompimento.

“A gente acredita que o BTC irá buscar a base de US$ 114.500, e depois o próximo alvo US$ 121.600. Ainda temos alvo de finais do BTC entre US$ 148 mil até US$ 160 mil.Falando das altcoins, a maioria não estão num padrão bonito de compra, mas existem algumas que estão se destacando na semana, como a Uniswap e a MKR. E também temos a Ethereum, que os lucros de ETFs estão bem positivos, e a Ethereum também está num padrão legal. Então, eu ficaria diante dessas três moedas aí: Ethereum, Uniswap e MK”, afirmou.

O analista-chefe da Coinext, Taiamã Demaman, destaca que a sustentação do BTC acima de US$101 mil já representa, por si só, um sinal relevante de resiliência em meio aos choques recentes, tanto geopolíticos quanto monetários. No entanto, um fechamento acima de US$ 105 mil nesta semana fortaleceria ainda mais esse sinal, apontando para uma recuperação mais consistente e renovando o apetite por risco. 

Nesse contexto, o panorama técnico para o BTC se apresenta moderadamente otimista. A expectativa é de consolidação entre US$ 101 mil e US$ 105,4 mil. No entanto, um fechamento semanal acima de US$ 108 mil ou o rompimento da resistência em US$ 112 mil abriria caminho para um novo rali com alvo em US$ 116 mil. Por outro lado, caso o suporte em US$ 101 mil seja perdido, o ativo pode recuar para a faixa entre US$ 97,4 mil e US$ 93,7 mil, ainda assim, sem comprometer o viés de alta de médio prazo”, aponta.

Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, afirma que o BTC encontrou suporte diversas vezes em torno da Média Móvel Exponencial (MME) de 50 dias, em aproximadamente US$ 103.100.

No entanto, ele afirma que se o BTC continuar sua retração e fechar abaixo da EMA de 50 dias em US$ 103.100 diariamente, ele poderá estender o declínio para testar novamente seu nível psicologicamente importante em US$ 100.000.

Portanto, o preço do Bitcoin em 18 de junho de 2025 é de R$ 580.326,22 Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0017 BTC e R$ 1 compram 0,0000017 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 18 de junho de 2025, são: AB (AB), Kaia (KAIA) e Nexo (NEXO) com altas de 60%, 40% e 11% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 18 de junho de 2025, são: Virtual Protocols (VIRTUAL), Sui (SUI) e Fartcoin (FARTCOIN) com quedas de -8%, -7% e -6% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão