As reservas dos mineradores de Bitcoin permaneceram estáveis em fevereiro, apesar dos US$ 40 bilhões transferidos pelos pools de mineração para exchanges de criptomoedas, de acordo com dados da empresa de análise on-chain CryptoQuant. 

Em 28 de fevereiro, as reservas de carteira dos mineradores tinham 1,828 milhão de Bitcoin (BTC), uma diferença marginal em relação a 1º de fevereiro, quando suas reservas eram de 1,827 milhão.

Apesar de manter os níveis de reservas, as recentes flutuações no preço do Bitcoin desencadearam liquidações significativas dos mineradores durante esta semana, com pelo menos 40.000 BTC vendidos em 26 de fevereiro, quando o preço da criptomoeda ultrapassou US$ 52.000, revelou a CryptoQuant.

De acordo com dados do Cointelegraph Markets, o preço do Bitcoin aumentou 22% nos últimos sete dias, apoiado por aportes nos fundos negociados em bolsa (ETFs) e a antecipação do mercado do próximo halving.

Reservas dos mineradores de Bitcoin. Fonte: CryptoQuant

A maioria das vendas dos mineradores antes do halving ocorreu em janeiro, com as reservas variando de um topo de 1,840 milhão de BTC a 1,827 milhão de BTC no final do mês.

Historicamente, os mineradores vendem grande parte de suas reservas de BTC antes do halving para maximizar os lucros antes que as recompensas por bloco minerado diminuam. O halving faz parte do mecanismo deflacionário do Bitcoin e diminui a taxa de emissão de novos BTCs, reduzindo pela metade as recompensa de bloco que os mineradores recebem pela verificação das transações.

O evento ocorre a cada quatro anos, e o próximo está previsto para ocorrer por volta de 19 de abril de 2024, com a redução das recompensas de bloco de 6,25 BTC para 3,125 BTC. Os custos de mineração, no entanto, permanecem os mesmos ou podem até aumentar à medida que os mineradores expandem suas operações em uma tentativa de permanecerem lucrativos.

Mineradores se preparam para redução de recompensas

As mineradoras de criptomoedas estão reformulando suas estratégias e tentando capitalizar antes de abril. A CleanSpark, por exemplo, anunciou recentemente planos para criar uma mesa de negociação interna, o que significa que ela gerenciará e negociará suas participações em Bitcoin sem depender de corretoras ou plataformas de negociação. Essa abordagem poderia reduzir os custos associados às negociações.

A CleanSpark é uma das empresas mais bem posicionadas para lidar com o corte nas recompensas de bloco, de acordo com uma análise da gestora de ativos CoinShares. A Riot e a TeraWulf também estariam bem preparadas para lidar com o halving:

"Achamos que a Riot, a TeraWulf e a Cleanspark estão mais bem posicionadas para o halving. Um dos principais problemas das mineradoras são os altos custos de SG&A [despesas com vendas, gerais e administrativas]. Para que os mineradores consigam atingir o ponto de equilíbrio, o halving provavelmente os forçará a cortar os custos de SG&A, caso contrário, eles poderão continuar a ter prejuízo operacional e terão que recorrer à liquidação de seus saldos de HODL e outros ativos circulantes."

A CoinShares prevê que o custo médio de produção de 1 BTC após o halving será de de US$ 37.856.

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