O ano de 2022 não começou muito bem para os investidores de criptomoedas que viram o Bitcoin (BTC) perder mais de R$ 100 mil em valor até o momentoa, recuando mais de 50% desde sua alta histórica em US$ 69 mil.
A queda brusca no valor da principal criptomoeda do mercado levou consigo todo o mercado de criptoativos com algumas altcoins, dentro do Top 100 do Coinmarketcap, a perder até 80% de seu valor. No entanto, o forte recuo no mercado cripto tem sido visto por muitos analistas como uma oportunidade de investimento e não como uma 'fuga das criptomoedas'.
Para Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, buscador de investimentos do país, o novo ano já apresenta incertezas, mas a diversificação internacional da carteira e investimentos em criptomoedas podem ser caminhos para o investidor conseguir enfrentar a instabilidade política e econômica nacional.
“2022 tem tudo para ser um ano volátil porque temos as eleições aqui no Brasil e, no cenário internacional, teremos elevação da taxa de juros dos Estados Unidos. Com isso, a perspectiva é que haja o famoso ‘flight-to-quality’, que significa, em inglês, ‘busca por qualidade’. Ou seja, quando investidores pretendem proteger o seu capital no momento de alta dos juros comprando títulos públicos americanos e vendendo ações americanas”, explica.⠀
Ele aponta que os investidores devem ficar de olho nas criptomoedas e, principalmente, em sua moeda mais famosa, o bitcoin.
“São os ativos com o maior potencial de valorização da década e da nossa geração. Inclusive, nada bateu o bitcoin em valorização nos últimos 10 anos. Falar de investimentos hoje é olhar para as criptomoedas como oportunidades de negócio”, destaca.
Metaverso e NFTs
Além das criptomoedas os analistas também mantém os olhos firmes nas opotunidades do metaverso. Neste campo a plataforma de investimento Stake aponta que o volume de investimento em ativos ligados a este novo ecossistema vem crescendo e superando outros investimentos em papéis tradicionais.
"Outro destaque do levantamento está atrelado ao grande volume de compras para o META, ETF da Roundhill Ball que investe nas principais empresas do metaverso, tema de investimento que surgiu com o rebranding e reorientação do antigo Facebook, que além de passar a se chamar Meta, passou a focar sua operação para esse ambiente de realidade aumentada", destaca sobre os ETFs mais negociados em dezembro.
Apesar de imprevisível, o espaço de crescimento para os NFTs deve continuar em alta em 2022. É o que apontam especialistas que viram um volume de negócio de mais de US$ 10 bilhões apenas no terceiro trimestre de 2021. As duas frentes que moldaram esse universo no ano passado foram as artes e os games.
Para esse ano, os dados indicam que os NFTs serão os tijolos do metaverso, ou seja, a base de sustentação para que as aplicações em um mundo digital sejam possíveis.
Para interagir em um espaço metaverso, o proprietário precisa ter a posse de um token para criar um avatar e, com isso, poder comprar ou vender a propriedade de um bem digital ou de um bem físico que foi levado para o universo digital.
“São dois fatos que precisam ser analisados: escassez e audiência. Quanto menos unidades um item possuir, mais provável de valorizar ele se torna, por isso, os NFTs são tão importantes no metaverso. Já em relação a comunidade, é preciso que ela seja ativa, engajada e participativa. Desta forma, os bens terão destaque no espaço”, explica Marcos Botelho, CEO e fundador do PIRA DIGITALS, marketplace brasileiro de NFTs.
Nesta linha Rodrigo Soeiro Ubaldo, fundador da Monnos, aponta que as criptomoedas chegaram para ficar independente de seu valor e de sua volatilidade.
“Os recordes de valorização do bitcoin, o advento dos NFTs (non fungible tokens), as finanças descentralizadas (DEFI), os metaversos e outras inovações que a criptoeconomia trará, deixam bem claro a dinâmica desse setor e seu potencial de valor agregado. A volatilidade se dá exatamente pela velocidade em inovar, mas aqueles que estão próximos conseguem participar e se adaptar. O importante é não estar distante”, complementa.
Cripto continuará forte em 2022
Ainda segundo Rodrigo, as criptomoedas estão fazendo com que a população comece a se imaginar dentro de um cenário econômico que não teve acesso durante muitos anos.
“Falar de criptoativos é falar da democratização do acesso à economia financeira, as pessoas quando investem em cripto começam a se ver como investidoras e repensam as suas formas de lidar com o dinheiro”.
Rodrigo alerta que a revolução das criptomoedas já está ocorrendo, e empresas como Nike e Adidas já estão posicionadas e comercializando produtos para avatares. Para Rodrigo, os limites de onde os metaversos poderão chegar dependerá dos empreendedores envolvidos e de suas iniciativas.
“A oportunidade é gigantesca, estamos falando de um mercado de mais de 1 trilhão de dólares. E muitas possibilidades sequer foram mapeadas”, finaliza.
LEIA MAIS