Uma nova versão sintética do Bitcoin (BTC) foi lançada na rede Polkadot (DOT) com um recurso que o diferencia da versão dominante do BTC disponível hoje no mercado para utilização em redes alternativas: o interBTC (iBTC) é descentralizado.
Versões sintéticas do Bitcoin permitem que a maior criptomoeda do mercado possa ser usadas em aplicações de finanças descentralizadas (DeFi) em redes de contratos inteligentes, como Ethereum (ETH), Solana (SOL), Avalanche (AVAX) e, agora, a Polkadot.
Atualmente, a versão sintética do Bitcoin dominante no mercado é o wBTC. Criado por um consórcio formado pela custodiante de ativos digitais BitGo e pelos protocolos Kyber Network Crystal (KNC) e REN, o wBTC é um token ERC-20 que pode ser emitido na proporção de 1:1 mediante o depósito de Bitcoin. O resgate também pode ser feito na mesma proporção.
No entanto, os Bitcoins depositados para emissão de wBTC ficam sob custódia de terceiros, eliminando o princípio da descentralização da criptomoeda da equação. Atualmente, o wBTC responde por 85% do mercado de versões sintéticas do Bitcoin, de acordo com dados da Dune Analytics.
iBTC
O iBTC foi criado pelo Interlay, um protocolo baseado na Polkadot, e utiliza-se de um sistema de vaults (cofres, em tradução livre) descentralizados. Qualquer usuário pode criar um vault depositando garantias em DOT correspondentes a 150% do valor do BTC depositado, e recebendo parte das taxas por isso. Esse colateral serve de garantia no caso de falhas em tentativas de resgate do BTC original.
Esse sistema baseado em vaults colateralizados dispensa a custódia centralizada, pois qualquer um pode sacar ou resgatar os Bitcoins originais em troca de iBTC de forma não permissionada. O sistema é muito similar ao que o MakerDao (MKR) criou para emissão da stablecoin descentralizada DAI.
Usuários que queiram apenas utilizar o iBTC podem depositar Bitcoin em um dos vaults mantidos pelo Interlay e sacar o valor correspondente. O Bitcoin é bloqueado no vault, ao passo que a garantia do vault está bloqueada na rede do Interlay.
Para resgatar o Bitcoin original, os usuários precisam devolver o iBTC a qualquer um dos vaults disponíveis. Ao desbloquear e liberar o Bitcoin mantido no vault, a rede do Interlay libera o colateral mantido no vault. Caso um vault falhe na devolução do Bitcoin, o Interlay liquida as garantias mantidas no vault para reembolsar o usuário prejudicado.
Os protocolos Acala (ACA) e Moonbeam (GLMR) aceitam o iBTC em suas aplicações de finanças descentralizadas, mas, de acordo com o site oficial do projeto, a utilização do interBTC não está restrita ao ecossistema da Polkadot. O iBTC pode ser usado também na Ethereum, na Cosmos (ATOM) e na Kusama (KSM) por meio da tecnologia de interoperabilidade da Polkadot.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, um padrão clássico de análise técnica indica que o DOT, token nativo da Polkadot, pode valorizar 50% até setembro.
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