A exemplo do que aconteceu no final de outubro, Jerome Powell entrou em cena na última quarta-feira (30) para levar, pelo menos por enquanto, bom humor ao mercado de criptomoedas, inclusive. Há um mês, as palavras do presidente do Federal Reserve (Fed) "fizeram as criptomoedas dispararem" com sinais de que o banco central dos EUA poderia começar a aliviar o aumento na taxa de juros na próxima reunião do comitê de política monetária (Fomc), que acontece nos próximos dias 13 e 14. 

Discursando dessa vez em um evento do grupo de pesquisas Brookings Institution, o representante da instituição econômica voltou a sugerir que a temida “marretada do Fed” pode ser menos dolorosa na última reunião do Fomc em 2022.

A relação entre a alta de juros nos EUA e o mercado cripto se deve, em linhas gerais, à associação que os grandes investidores fazem entre os projetos envolvendo criptomoedas e os investimentos de risco. O que favorece ativos considerados mais seguros como, por exemplo, os Treasuries, que são os títulos da dívida pública dos EUA.

Em um caminho contrário, a redução dos juros reduz o custo dos empréstimos e favorece a circulação de capital, apesar de também alimentar a inflação. Tanto que Powell acrescentou que “a realidade é que o caminho da inflação segue com muita incerteza” e que “estamos de olho é na restauração do equilíbrio entre oferta e demanda no mercado.”

Enquanto o índice DXY, que mede a força do dólar americano frente a uma cesta de moedas consideradas fortes, caia -0,4% na manhã desta quinta-feira (1º), o Bitcoin (BTC) era trocado de mãos ligeiramente acima de US$ 17 mil (+1,2%) e respondia por 38,3% do mercado de criptomoedas, cujo volume era de US$ 858 bilhões (+0,8%).

As principais altcoins por capitalização de mercado, com exceção das stablecoins, se alternavam entre pequenos recuos e avanços, que variavam dentro de uma faixa de -1% a +1%, que não incluía o MATIC, negociado em torno de US$ 0,92 (+5,3%). A altcoin da rede blockchain de camada dois Polygon se juntava a outros criptoativos de projetos considerados robustos que operavam em alta. Entre eles o GMX, negociado por US$ 51,41 (+14%), o MASK, avaliado em US$ 3,88 (+16,75%), o OP, transacionado por US$ 1,05 (+9,6%), e o LOKA, avaliado em US$ 0,44 (+23%).

Um dos destaques era o CREAM, que é o token do protocolo de empréstimo de finanças descentralizadas (DeFi) Cream Finance, pertencente ao ecossistema yearn.finance, negociado a US$ 17,93 (+60%).

Gráfico diário do par CREAM/USD. Fonte: CoinMarketCap

Porém, não era possível identificar um anúncio oficial do projeto que pudesse ser associado à explosão do CREAM nas últimas horas. Por outro lado, na página do projeto no CoinMarketCap, os comentários se alternavam entre o entusiasmo e alguns relatos de ação orquestrada por baleias de algumas exchanges para promover um pump no preço do CREAM.

Embora não seja possível afirmar se a alta do CREAM tenha sido artificial, o episódio serve de alerta aos investidores para a necessidade de buscarem fundamentos nos projetos que possam minimizar a possibilidade de perdas envolvendo grupos que promovem pump. 

Na última quinta, a criptomoeda BOBA entrou na mira das baleias da Ethereum em meio à suspeita de pump na plataforma da exchange Coinbase, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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