A "Família Bitcoin" perdeu aproximadamente US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões) de seu patrimônio em oito meses desde que o Bitcoin (BTC) entrou em correção logo após registrar a máxima histórica de US$ 69.000, em 10 de novembro de 2021. 

No entanto, o patriarca do "Bitclã", Didi Taihuttu, diz estar comprando as quedas, pois acredita que o Bitcoin já fez o fundo do atual mercado de baixa e está mais otimista do que nunca, relata reportagem da CNBC publicada no sábado, 2:

"Estou comprando bitcoin diariamente. Para mim, a lição que aprendi nos últimos dois ciclos é: quando o mundo inteiro está enlouquecendo e quando todo mundo está pensando que o Bitcoin vai quebrar, estou ampliando o foco lentamente e estou comprando Bitcoin.”

Abrindo ainda mais a estratégia de gerenciamento de risco e patrimônio da família, Taihuttu revela que vendeu 15% das suas posições em Bitcoin em novembro do ano passado, quando a cotação do par BTC/USD havia recuado da máxima histórica para a faixa de US$ 55.000. "Para mim, US$ 55.000 foi a confirmação de que a queda seria mais profunda", disse.

Comprar na alta e vender na baixa tem sido a estratégia de Taihuttu desde 2017, quando ele e a mulher decidiram se desfazer de todos os bens da família, incluindo uma casa de 2.500 metros quadrados, para investir em Bitcoin e sair viajando pelo mundo, levando uma vida nômade com os filhos, que hoje são cinco.

Na ocasião, a maior criptomoeda do mercado estava cotada a US$ 900. "Esse é o estilo de vida Bitcoin", disse, referindo-se à busca pelos melhores momentos de se desfazer ou montar posições, de acordo com os movimentos do mercado.

Fundos e topos daqui por diante

O patriarca da "Família Bitcoin" contou também que baseia seus investimentos a partir da observação de dados on-chain e de análise técnica. De acordo com ele, o atual ciclo de baixa pode até mesmo já ter consolidado um fundo definitivo em US$ 17.600, apesar de que não pode ser descartada uma queda adicional até a faixa de US$ 15.000 no curto prazo.

Este exato momento, segundo Taihuttu, é o “último momento de compra” antes de o Bitcoin bater novos recordes de preço em torno de US$ 140.000. No entanto, de acordo com a lógica do ciclo de quatro anos que o Bitcoin tem respeitado até hoje, ele prevê que tal valor só será alcançado em 2025.

Até agora, a estratégia de investimento da "Família Bitcoin" tem se mostrado vencedora. Taihuttu disse à CNBC que seu portfólio cresceu mais de 2.000% nos últimos seis anos. “Aos poucos, as pessoas vão entender que manter posições em Bitcoin e ser um hodler é mais lucrativo do que estar sempre em busca daquela altcoin que vai se multiplicar exponencialmente”, disse Taihuttu.

Controle emocional

Ao longo dos últimos anos em suas viagens pelo mundo, o patriarca da "Família Bitcoin" criou uma outra estratégia para manter a sanidade e o controle emocional diante da tradicional volatilidade dos mercados.

Intitulada "regra de 70/30", ela determina que 70% do patrimônio de Bitcoin da família seja armazenado em carteiras digitais frias, sem conexão com a internet. Os restantes 30% ficam armazenados em carteiras quentes, parte em Bitcoin e parte em stablecoins atreladas ao dólar. Além de poder negociá-las a qualquer momento, o montante pode ser usado para pagar por produtos e serviços no dia a dia em estabelecimentos amigáveis às criptomoedas.

"Eu acho que se eu tivesse essas carteiras frias comigo, talvez eu ficasse mais emocionalmente envolvido [com o movimento dos mercados], e talvez quando o Bitcoin caísse, eu pegaria os fundos depositados na carteira e começaria a vendê-los ou até compraria mais", disse. E acrescentou que para não correr esse risco, sempre que os 30% quebram a regra de 70/30 para cima, imediatamente os BTCs são transferidos para as carteiras frias off-line:

"Toda vez que nosso capital aumenta, certifico-me de manter 70% no armazenamento a frio, para que eu não possa tocá-lo."

Por fim, as carteiras frias da "Família Bitcoin" estão espalhadas em diversos dispositivos armazenados em quatro continentes. Assim, não importa onde estejam, os Bitcoins estão sempre relativamente ao alcance de Taihuttu.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, após anos levando uma vida nômade, a "Família Bitcoin" estabeleceu-se em Portugal. O país é conhecido por ser um paraíso para os hodlers porque as criptomoedas não têm curso legal em Portugal e, de acordo com as leis locais, não são tributáveis.

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