Entusiasta do Bitcoin no passado, Mike McGlone, estrategista sênior de commodities da Bloomberg, previu em um novo boletim de mercado que o preço do BTC pode cair até 62% em relação aos preços atuais, atingindo a faixa de US$ 40.000 ainda em 2025.

A última vez em que o Bitcoin (BTC) foi negociado nesses patamares foi em janeiro de 2024, logo após a aprovação dos ETFs spot nos Estados Unidos.

A perspectiva pessimista de McGlone em relação ao Bitcoin se baseia na deterioração das condições macroeconômicas nos EUA. Segundo o analista, a recessão que vem sendo adiada desde 2023 está se tornando inevitável.

Com isso, o ouro tende a manter sua tendência de alta, buscando novas máximas na faixa de US$ 4.000 por onça, enquanto o Bitcoin e as ações americanas sofrerão forte desvalorização, afirmou:

“A queda do Bitcoin em relação ao ouro em 2025 pode refletir a expectativa de um ciclo econômico típico em que a inflação é seguida por deflação. A máxima de 33x registrada em maio no preço por onça do ouro equivalente a um BTC pode ter configurado um topo, especialmente se o mercado de ações dos EUA cair.”

McGlone se refere à proporção do preço do Bitcoin em relação ao ouro, conforme o gráfico abaixo.

Ouro, Preço do Bitcoin, Ações
Proporção do preço do Bitcoin em relação ao ouro. Fonte: Bloomberg Intelligence (Mike McGlone)

Refutando a tese do “ouro digital” e as propriedades de ativo de reserva do Bitcoin, o analista prevê que a proporção caia para 10x, o que implicaria na queda do Bitcoin para US$ 40.000:

“A recessão que não ocorreu em 2023 pode impulsionar o ouro para cerca de US$ 4.000 a onça, e derrubar o S&P 500 para 4.000 pontos e a proporção Bitcoin/ouro para 10x.”

Apesar de o Bitcoin estar mantendo uma correlação mais próxima do ouro do que do mercado de ações desde o início da guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, as criptomoedas se enquadram na categoria dos ativos de risco, segundo McGlone.

McGlone antecipou novas máximas históricas do ouro e queda do Bitcoin

Em fevereiro, o analista antecipou que o preço do Bitcoin poderia corrigir para US$ 70.000 nos meses seguintes, enquanto o ouro romperia os US$ 3.000 por onça pela primeira vez na história.

O ouro superou os US$ 3.000 em março e atingiu a máxima histórica de US$ 3.500 em 21 de abril. Por sua vez, o Bitcoin consolidou um fundo local em US$ 74.500 em 7 de abril, mas em 22 de maio atingiu um novo recorde histórico de preço, na faixa de US$ 111.980.

No acumulado do ano, o ouro valorizou mais do que o dobro do Bitcoin – 27,2% contra 12,1%, de acordo com dados da TradingView. Segundo as projeções de McGlone, essa tendência deve se manter.

Ouro, Preço do Bitcoin, Ações
Desempenho do Bitcoin em comparação com o ouro em 2025. Fonte: TradingView

A confiança de McGlone no desempenho superior do ouro em relação ao Bitcoin revela uma mudança radical de opinião.

Durante o mercado de alta de 2021, McGlone afirmara que o Bitcoin e as criptomoedas roubariam cada vez mais participação de mercado de ativos tradicionais como ouro e títulos do Tesouro dos EUA, conforme noticiado na ocasião pelo Cointelegraph Brasil:

“A tendência é desfavorável ao ouro. É fato que o Bitcoin está se tornando um Pac-Man gigante. Está sugando fundos de todas as classes de ativos [...] O fato é que o Bitcoin é a sua versão digital em um mundo que está se tornando cada vez mais digital. Os millennials, realmente, não querem saber de ouro.”

Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Toda movimentação de investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem conduzir sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.