O Bitcoin registrou novas máximas históricas sucessivas nos últimos dias após o rompimento de sua principal resistência na região dos US$ 110.500 em 9 de julho, conforme antecipado por Diego Pohl, da Crypto Investidor, em análise para o Cointelegraph Brasil.

O movimento validou a estrutura de "bandeira de alta”, contribuindo para a consolidação do preço do Bitcoin (BTC) na faixa dos US$ 120.000 no início da “Semana Cripto” nos EUA. Tanto indicadores de análise técnica quanto on-chain sugerem que o atual mercado de alta ainda não acabou e a tendência é que o Bitcoin se mantenha em alta nos próximos meses.

O Bitcoin atingiu uma nova máxima histórica de US$ 123.220 nas primeiras horas desta segunda-feira, 14 de julho, segundo dados da TradingView, registrando alta de 4,4% após renovar mais um recorde no fechamento semanal.

O recente impulso de alta do preço do Bitcoin ocorre em paralelo ao enfraquecimento contínuo do dólar, conforme destacado em uma thread do perfil de análise financeira The Kobeissi Letter no X:

“O Bitcoin subiu 55% desde suas mínimas em abril, atingindo novos recordes, enquanto o dólar teve o seu PIOR início de ano desde 1973, com uma queda de quase 11% em 6 meses. Isso não é uma coincidência.”

Segundo a análise, o Bitcoin deixou de ser apenas uma moeda descentralizada para se tornar um ativo de proteção contra a maior crise fiscal da história dos Estados Unidos, assim como o ouro. A valorização dos ativos escassos é uma sinalização do mercado de que esta crise está cada vez pior, afirma a publicação.

Enquanto isso, a política comercial do presidente Donald Trump segue gerando incertezas e volatilidade nos mercados financeiros, como apota o boletim semanal de mercado da gestora de ativos digitais QR Asset Management:

“Tarifas de 30% sobre produtos europeus e mexicanos, 35% sobre produtos canadenses e, surpreendentemente, 50% sobre exportações brasileiras causaram uma reação imediata de nervosismo, derrubando bolsas e pressionando moedas como o euro e o real.”

Em contrapartida, a “Semana Cripto” nos EUA pode resultar em catalisadores positivos para o mercado, ao pavimentar um “ambiente regulatório mais transparente", aponta o boletim:

“A agenda inclui debates e votações para projetos importantes como o CLARITY Act, o Anti-CBDC Surveillance State Act e o GENIUS Act, voltados à regulação e segurança dos ativos digitais, discussões detalhadas sobre a regulamentação de stablecoins, proteção clara aos consumidores, definições precisas sobre o papel das exchanges e critérios objetivos para classificar ativos digitais como valores mobiliários. Esses pontos são fundamentais para as criptomoedas, pois a clareza regulatória não apenas fortalece os preços dos ativos já existentes, mas também estimula o surgimento de novos projetos e soluções inovadoras.”

Enquanto as criptomoedas ganham o centro dos holofotes em Washington, no cenário macroeconômico há rumores de que Jerome Powell, presidente do Banco Central dos EUA, poderia renunciar diante da pressão do presidente Trump por cortes nas taxas de juros.

Dados da FedWatch Tool da Bolsa Mercantil de Chicago (CME) apontam apenas 4,7% de chances de redução nos juros na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) em 30 de julho, mas estimam pelo menos dois cortes até o final do ano.

Na ata da reunião de junho divulgada na semana passada, os membros do FOMC mostraram-se divididos a respeito dos impactos das tarifas comerciais do governo Trump sobre a inflação nos EUA. Enquanto alguns diretores acreditam que haverá apenas um aumento pontual nos preços para os consumidores finais, outros esperam um impacto mais duradouro.

Novas evidências sobre o real efeito das tarifas sobre a inflação serão conhecidas nesta terça-feira, 15 de julho, quando serão divulgados os índices de preço aos consumidores (CPI) e aos produtores (PPI) dos EUA em junho.

Análise de preço do Bitcoin

O Bitcoin recuou com a abertura dos mercados em Wall Street nesta segunda-feira, sinalizando o início de um período de consolidação após a alta da semana passada.

Diego Pohl acredita que o Bitcoin deve permanecer estável em uma faixa de preço entre US$ 110.000 e o topo atual no curto prazo.

Segundo o analista, “assim como ocorreu anteriormente, com o Bitcoin se consolidando entre o suporte de US$ 105.000 e a resistência de US$ 110.000”, a desaceleração da alta é um movimento saudável para desencadear uma nova expansão mais forte:

“Com o rompimento, Bitcoin agora tem uma nova região de suporte na faixa dos US$ 110.000 a US$ 112.000, que se mantida, dará continuidade à tendência principal de alta.”

O preço-alvo de eventuais novas máximas históricas está situado na faixa de US$ 150.000 a US$ 170.000, que potencialmente marcarão o topo do atual mercado de alta, projeta Pohl, conforme o gráfico abaixo.

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Gráfico semanal anotado de futuros perpétuos de BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor

A tendência de que o Bitcoin entre em uma nova fase de consolidação após os recordes de preço recentes é reforçada por padrões históricos. A maior parte dos ganhos registrados no mês de julho no mercado de criptomoedas costuma ocorrer durante a primeira quinzena, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil.

Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.