Após um fim de semana de sentimentos contraditórios, com alta no sábado e devolução dos ganhos no domingo, o Bitcoin (BTC) voltou a ser negociado acima de US$ 22.000 pela primeira vez desde 16 de junho na manhã desta segunda-feira, 18.

Ainda se trata de uma pequena vitória para os touros. Porém, desde a mínima de US$ 17.600 de junho, a máxima de US$ 22.777 registrada mais cedo representa uma valorização de 29% para a maior criptomoeda do mercado, e pode dar um novo ânimo para os touros.

A média móvel de 200 semanas que sempre atuara como suporte em ciclos de baixa anteriores, tornou-se agora a principal resistência para que o preço do BTC possa buscar voos mais altos no curto prazo, afirmou Diego Consimo, fundador da Crypto Investidor, em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil:

"Neste momento, o Bitcoin está tentando o rompimento de sua maior resistência de curto prazo entre U$22.500, próximo à média móvel de 200 semanas, e U$23.500. Caso consiga rompê-la, poderá surpreender a todos dando início a um rali de alta para testar a região dos U$28.000 à U$33.000 já em meados de agosto. Os indicadores estão indicando força nesse movimento."

Nessa região em torno de US$ 30.000 encontra-se a linha de tendência de baixa que vem desde o topo de novembro do ano passado, conforme se pode ver no gráfico abaixo.

Gráfico diário BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

Em um cenário de vitória dos ursos na região da média móvel de 200 semanas, o Bitcoin ainda pode voltar a formar novos fundos antes de uma eventual reversão da atual tendência de baixa, explica Consimo:

"Uma outra possibilidade que cogitamos para o preço do BTC seria a formação de um padrão Wyckoff de acumulação. Nesse cenário, o Bitcoin rejeitaria o rompimento dos U$22.500 a U$23.500 e iniciaria um processo corretivo até o fundo entre U$17.500 a U$16.800 de meados de agosto a setembro."

Nesse caso, o reteste da região da linha de tendência de baixa entre U$28.000 e U$33.000 seria adiada para novembro ou dezembro deste ano, explica o analista, conforme o gráfico a seguir.

Gráfico diário BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

Uma possível capitulação dos mineradores que estaria em curso nesse momento, pode contribuir para o cenário descrito acima. De acordo com dados da plataforma de análise on-chain CryptoQuant, desde 14 de julho, os mineradores despejaram uma parte significativa de suas reservas de BTC nos mercados.

Com isso, as reservas de mineradores atingiram seus níveis mais baixos desde julho de 2021. Justamente àquela altura, o preço do BTC atingiu mínimas que antecederam uma reversão de tendência rumo à máxima histórica de US$ 69.000 pouco mais de quatro meses depois.

Bitcoin Pi Cycle Bottom

"Além disso, um indicador importante para o Bitcoin ativou a confirmação de um possível fundo de ciclo recentemente", afirma Consimo. "Trata-se do Pi Cycle Bottom, que historicamente marcou os fundos em 2015, 2018 e pode estar marcando novamente agora em 2022". 

O Pi Cycle Bottom compreende a média móvel simples (SMA) de 471 dias e a média móvel exponencial de 150 períodos (EMA). As tres vezes que tal evento ocorreu na história do Bitcoin estão destacados no gráfico abaixo.

Gráfico semanal BTC/USD, com destaque para Pi Cycle Bottom nos círculos vermelhos. Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

Notavelmente, toda vez que a EMA de 150 períodos caiu abaixo da SMA de 471 períodos, configurou-se o fim de um ciclo de baixa do Bitcoin. Em janeiro de 2015, o cruzamento coincidiu com o Bitcoin chegando perto de US$ 160, seguido por uma alta de quase 12.000% para US$ 20.000 em dezembro de 2017.

Já o segundo cruzamento dos indicadors ao longo da história do BTC marcou o fim do mercado de baixa de 2018. Em seguida, a maior criptomoeda do mercado emendou uma alta de preços de 2.000% – de quase US$ 3.200 em dezembro de 2018 para US$ 69.000 em novembro de 2021.

Agora, em 2022, o evento ocorreu em 13 de julho, quando o Bitcoin caiu para US$ 18.900. No entanto, mínimas mais baixas já haviam sido registradas anteriormente em 18 de junho (US$ 17.622) e em 30 de junho (US$ 18.600).

A queda da última quarta-feira foi a terceira mínima consecutiva mais alta no gráfico do BTC, embora tenha sido apenas nesse nível que o Pi Cycle Bottom piscou, fato que pode aumentar a confiança dos traders de que o fundo do atual ciclo já ficou para trás.

O primeiro teste do Bitcoin na região de US$ 22.500 nesta segunda-feira não foi bem sucedido. O par BTC/USD foi rejeitado um pouco acima da média semanal de 200 semanas, em US$ 22.777, e em seguida o preço do BTC entrou em correção. No final da tarde, a maior criptomoeda do mercado está cotada a US$ 21.520 e registra uma alta de 2,8% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko.

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