Principais pontos:

  • O Bitcoin subiu brevemente para US$ 113.000 antes de recuar após dados de folha de pagamento dos EUA mais fracos do que o esperado.

  • Os fluxos on-chain mostram US$ 2 bilhões em entradas de stablecoins e juros em aberto recorde, próximos das máximas históricas.

  • Um fechamento semanal acima de US$ 112.500 é necessário para confirmar um fundo duradouro no mercado.

O Bitcoin (BTC) chegou a subir 4,75% nesta semana, alcançando US$ 113.384 a partir de US$ 109.250, estendendo seu ímpeto de alta até a divulgação do Payroll não agrícola (NFP) dos EUA na sexta-feira.

Os dados vieram significativamente mais fracos do que o previsto, com apenas 22.000 empregos adicionados em agosto, frente às projeções de 75.000 e aos 73.000 de julho. A taxa de desemprego subiu para 4,3%, em linha com as expectativas, mas acima dos 4,2% de julho, enquanto o crescimento salarial desacelerou para 3,7% ao ano, ante 3,9%.

Para ativos de risco como o Bitcoin, dados mais fracos do mercado de trabalho reforçam o cenário para cortes de juros pelo Federal Reserve. Com as chances de corte em 88,2%, o relatório evidencia o arrefecimento das pressões inflacionárias e aumenta a probabilidade de injeções de liquidez. Taxas mais baixas e fraqueza do dólar geralmente funcionam como um impulso para os mercados cripto.

Os sinais on-chain indicam que o mercado já se preparava para esse resultado no dia anterior. As entradas de stablecoins em exchanges dispararam para mais de US$ 2 bilhões, com traders deixando liquidez à espera.

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Fluxo de caixa da exchange de stablecoins. Fonte: CryptoQuant

Historicamente, essa atividade reflete “pólvora seca” pronta para migrar para BTC e ETH quando um catalisador surgir. Ao mesmo tempo, o juros em aberto do Bitcoin ultrapassou US$ 80 bilhões, próximo das máximas históricas, apesar da consolidação de preço em torno de US$ 110.000, sinal de que posições alavancadas estão sendo construídas e não desfeitas.

A combinação da redução das pressões macroeconômicas com o posicionamento de alta on-chain prepara o terreno para volatilidade, mas o viés estrutural continua sendo de alta. Com a liquidez pronta e o sentimento migrando para risco-on, o Bitcoin pode estar se preparando para formar um fundo e iniciar a próxima perna de alta.

O fundo do Bitcoin chegou?

Após a leitura mais fraca do NFP, o Bitcoin inicialmente subiu, mas logo inverteu, recuando 1,5% após a abertura da sessão de Nova York. A queda empurrou o BTC novamente abaixo de US$ 111.000, depois de retestar a zona de oferta-chave entre US$ 112.500 e US$ 113.650.

Esses recuos abruptos intradiários geralmente decorrem de liquidações de posições longas iniciais, com mais de US$ 63 milhões eliminados nas últimas quatro horas, além de possíveis stop-hunts por formadores de mercado aproveitando o excesso de posições antes de redefinir a direção da tendência.

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Gráfico de uma hora do Bitcoin. Fonte: Cointelegraph/TradingView

No gráfico de uma hora, a estrutura segue construtiva. Apesar do revés, o Bitcoin continua formando topos e fundos ascendentes, um sinal clássico de tendência de alta. A menos que o BTC feche de forma decisiva abaixo de US$ 109.500, a estrutura de curto prazo de alta permanece, com a queda parecendo mais uma limpeza de liquidez do que uma mudança genuína de tendência.

Em prazos maiores, o cenário é mais cauteloso. Com dois dias restantes para o fechamento semanal, é prematuro chamar um fundo confirmado. Um fechamento decisivo acima de US$ 112.500 reforçaria de forma significativa o argumento de que uma base foi formada próximo de US$ 107.500.

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Gráfico diário do Bitcoin. Fonte: Cointelegraph/TradingView

Até lá, o mercado mais amplo permanece em fase de transição, equilibrando entre otimismo macroeconômico e pressões locais de oferta. Em resumo, o viés de curto prazo segue de alta, mas a confirmação de um fundo duradouro depende do fechamento semanal acima da resistência.

Este artigo não contém aconselhamento ou recomendações de investimento. Toda decisão de investimento ou negociação envolve risco, e os leitores devem realizar suas próprias pesquisas antes de tomar uma decisão.