Uma pesquisa realizada pela Bitso em parceria com a PCMI revela que o mercado de pagamentos B2B transfronteiriços podem movimentar mais de US$ 292 trilhões até 2030.

Somente na América Latina, este setor pode atingir US$ 1,37 trilhão, refletindo um crescimento acelerado impulsionado pela digitalização e pelo uso de tecnologias baseadas em blockchain e stablecoins.

Conforme o estudo, chamado Ecossistema de stablecoins na América Latina: um guia para líderes empresariais globais”, os setores B2C e B2B devem responder por US$ 65 trilhões desse volume, sendo que o aumento representa uma taxa de crescimento composta de 5% ao ano e reflete a crescente demanda por transações mais ágeis, seguras e acessíveis.

Na América Latina, o mercado de pagamentos transfronteiriços vem registrando avanços significativos. Em 2023, a região recebeu US$ 156 bilhões em remessas, com o México se destacando como o segundo maior corredor de remessas do mundo.

“A digitalização dos serviços financeiros e o crescimento do e-commerce estão desempenhando um papel central nessa evolução,” aponta o relatório.

Os pagamentos B2B transfronteiriços, que somam atualmente US$ 600 bilhões na região, podem mais do que dobrar nos próximos anos, impulsionados pela digitalização e pela adoção de tecnologias blockchain.

"Apesar desse potencial, os pagamentos internacionais na LAC ainda enfrentam desafios devido às ineficiências do sistema tradicional de correspondência bancária baseado em SWIFT, marcado por múltiplos intermediários, atrasos nas liquidações e taxas que podem ultrapassar 6% em algumas remessas. Considerando o custo médio global de envio de remessas, a América Latina e o Caribe são uma das regiões mais caras em termos de taxas e remessas", afirma Ignacio Carballo, Head de Finanças Alternativas na PCMI.

O estudo destaca que stablecoins surgem como uma alternativa promissora para superar desafios históricos, como atrasos cambiais, problemas de liquidez e falta de transparência nas transações.

Blockchain e stablecoins: o futuro das transações

Stablecoins – moedas digitais vinculadas a ativos estáveis, como o dólar – estão revolucionando os pagamentos globais. Segundo a pesquisa, o volume total de transações com stablecoins atingiu US$ 21,7 trilhões em 2023, com 191 milhões de endereços ativos. O crescimento médio anual (CAGR) projetado é de 40% entre 2023 e 2030.

“A blockchain oferece uma solução descentralizada, rápida e transparente para as transações globais, eliminando intermediários que aumentam custos e prazos,” diz Jairo Riveros, diretor-geral para as Américas da Paysend.

A pesquisa também ressalta o avanço do Brasil no setor. Com 87% da população possuindo smartphones e uma penetração quase universal de contas bancárias, o Brasil se consolida como líder na adoção de pagamentos digitais. O sistema Pix, lançado em 2020, revolucionou as transferências de dinheiro instantâneas e gratuitas, servindo como modelo para outros países.

Apesar das oportunidades, o estudo também lista desafios significativos. O setor enfrenta problemas de liquidez, regulação complexa e sistemas bancários antiquados. Na América Latina, por exemplo, custos de remessas ainda são os mais elevados do mundo, chegando a 6% do valor transferido.

US$ 12 bilhões em transações 

Além do estudo, a Bitso Business, o segmento B2B da Bitso, apresentou seus resultados de 2024. Segundo os dados, a empresa praticamente dobrou seu negócio, oferecendo a setores como e-commerce, OTC/trading, gaming e remessadoras, uma integração regulada com sistemas bancários locais e opções de trading.

O crescimento foi expressivo, com um aumento de 90% no volume transacionado ano a ano, somando mais de US$ 12 bilhões em transações.

A Bitso Business também gerenciou mais de 10% do total das remessas entre os EUA e o México, atualmente considerado o maior corredor de remessas do mundo.

Para essas transações, a companhia registrou um volume acima de US$ 6,5 bilhões em 2024, superando os US$ 4,3 bilhões alcançados no ano passado e os US$ 3,3 bilhões de 2022, consolidando um crescimento acelerado nas remessas internacionais.

Confira o estudo completo