O presidente do banco XP, José Berenguer, concedeu entrevista ao Valor Econômico nesta semana e revelou ser cético quando ao mercado de criptoativos.
Lançado ainda em 2021, o banco faz parte da XP Inc., matriz que reúne o banco XP, a XP Investimentos, as corretoras Clear, Rico e Xpeed, além do portal InfoMoney.
Na época do lançamento, especialistas apostavam que a XP entraria na briga e causaria grande impacto entre instituições financeiras. Berenguer confirma a intenção de competir com as maiores instituições do país:
“Vamos entrar em linhas de negócios financeiros que hoje não temos, vamos incomodar os bancões. Respeito muito eles. São competentes, atendem a demanda da sociedade e o mercado financeiro brasileiro é considerado sofisticado. Mas a agenda hoje é de mais competição"
Quando a entrevista tocou no tema criptoativos, Berenguer mostrou-se bem menos otimista, apesar de reconhecer que "por enquanto" sua visão sobre este mercado tem se comprovado equivocada:
“Acho perigoso, acho que é uma bolha. Para montar uma posição eu tenho que ter a capacidade de estudar um ativo, e não tem como fazer isso em relação às criptomoedas. Mas é uma febre, tem muita gente ganhando dinheiro, muitas plataformas sendo criadas. Por enquanto eu estou errado”
A posição dele parece estar mais de acordo com a de instituições mais conservadoras: blockchain, não Bitcoin. Berenguer classificou os casos de uso de blockchain, entre eles a tokenização, como "fascinantes" e acredita que o mercado vai "continuar acontecendo".
A entrevista também tocou no open banking, que começou a ser implementado pelo Banco Central e vai permitir a portabilidade de informações financeiras dos clientes de bancos, corretoras e fintechs, com a possibilidade de agregar toda a vida financeira do usuário em uma só plataforma. O executivo acredita que a revolução do Open Banking será até maior do que o lançamento do Plano Real, no governo Itamar Franco, em 1993.
“O open banking traz mudança para o mercado financeiro maior do que foi o Plano Real”
Finalmente, ele revelou que a estratégia do Banco XP é crescer de forma "orgânica" e fez uma aposta: "Seremos enormes".
O grupo XP chegou a ter uma corretora de criptoativos, a XDEX, que operou de 2018 a março de 2020, quando anunciou seu encerramento. Na época, a corretora atribuiu o fim dos serviços a "questões externas, competição de mercado e poucos avanços tecnológicos".
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