A capacidade de resposta de bancos centrais ao redor do mundo frente à crise causada pelo coronavírus já é colocada em xeque por alguns analistas de mercado brasileiros. A matéria é do InfoMoney.

Entre as medidas tomadas por bancos centrais ao redor do mundo, o Federal Reserve dos EUA anunciou recompra de títulos em injeção de US$ 2 trilhões, além de um programa de estímulos de US$ 700 bilhões. Enquanto isso, o Banco Central Europeu anunciou pacote de € 750 bilhões.

Já o Banco Central do Brasil anunciou medidas que liberam R$ 1,2 trilhão para a economia.

Para o CEO da Transfero Swiss AG, Thiago Cesar, os bancos centrais não têm se mostrado capazes de responder à crise:

“Me parece que os Bancos Centrais estão caindo em descrédito em suas capacidades de combater crises. [...] Principalmente na Europa e nos EUA, há uma descrença muito grande com a capacidade dos BCs de agir. Para toda crise, parece que a única solução colocada na mesa é a injeção de mais capital. Só que as recuperações que acontecem depois disso são marginais. Acaba que não surte o efeito desejado. A economia, os ativos, não reagem de forma positiva, e as pessoas passam a temer por uma crise sistêmica”

João Marco Braga da Cunha, Gestor de Portfólios da Hashdex, lembra a emissão de moeda pressiona a inflação, mas o comportamento atual pode ser diferente de 2008 “há um grande choque de oferta e um aumento de gastos públicos que, por si só, já seriam inflacionários”. E completa:

“Caso haja sinais de inflação de fato, é possível que muitos investidores busquem refúgio no Bitcoin

Ele ressalta, porém, que há muitos fatores a serem observados antes disso acontecer.

Finalmente, Safiri Félix, diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), lembra que a estrutura do BTC é "baseada no conceito de escassez digital programada, o que foi inserido no protocolo do ativo como a regra de emissão de novas moedas”. E explica: 

“Isso é a antítese das políticas de afrouxamento monetário que começaram pós crise de 2008 e agora se intensificaram”.

Como noticiou o Cointelegraph Brasil, algumas exchanges brasileiras receberam 190% de demanda adicional desde que a crise do coronavírus impactou a economia mundial.

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