O Banco Itaú pode ser o primeiro banco do mundo a expandir seus serviços de criptomoedas para outras nações. Segundo apurou o Cointelegraph Brasil, a instituição estuda oferecer serviços de ativos digitais também em suas operações no Paraguai.

A proposta, ainda em estudo, é replicar no país vizinho as mesmas operações do banco no Brasil, ou seja, a possibilidade de comprar e vender Bitcoin e Ethereum dentro da plataforma de investimentos da instituição, a Íon.

José Brítez, CEO do Banco Itaú no Paraguai, confirmou as informações e disse que vem conversando com a equipe do Brasil sobre a possibilidade. Segundo ele, o país tem uma grande demanda por parte dos mineradores e a entrada do Itaú neste mercado no país daria mais segurança, garantia e fortaleceria a indústria de mineração no país.

"Estamos analisando com dois especialistas do Itaú. O processo ainda é bastante verde no Brasil, mas queremos entender melhor e buscar algumas soluções ”, expressou em entrevista à Forbes Paraguai.

Mineração no Paraguai

O mercado de mineração de Bitcoin no Paraguai, com o qual o Itaú local está de olho, pode ter um boom nos próximos anos. Recentemente o Ministro da Indústria e Comércio, Javier Giménez, revelou que a mineração de criptomoedas faz parte da estratégia econômica do país em busca de uma transição industrial para usar o excedente de energia.

"Estamos correndo para atrair indústrias, mas seria bom se dermos energia aos mineradores de criptomoedas, onde há demanda, para utilizá-la", disse.

Segundo o ministro, é muito mais rentável para o país vender sua energia para os mineradores de Bitcoin, que pagam até 3 vezes mais do que o valor pago pelo Brasil com o acordo de Itaipu. No entanto, a proposta do Brasil é que o preço pago pela energia da hidroelétrica bi-nacional, seja ainda mais barato.

Esse excedente de energia do Paraguai também está atraindo os mineradores 'ilegais' de Bitcoin, que roubam energia para minerar criptomoedas. Para combater isso, o vice-ministro de Minas e Energia, Mauricio Bejarano, sustentou que o Poder Executivo está realizando uma 'guerra' contra os mineradores ilegais.

“Esse ataque à ilegalidade nos parece muito correto, na verdade, há um ataque frontal, um combate frontal do Executivo, inclusive da própria Ande, contra a atividade ilícita que está sendo realizada ”, disse.

Ainda segundo ele, o governo deve estabelecer regras para a mineração de criptomoedas, punindo os mineradores ilegais e favorecendo os regulamentados, inclusive com a possibilidade de baixar as taxas pagas para a Administração Nacional de Eletricidade (Ande) no que diz respeito à infraestrutura.

“Na medida em que é legal, tem as suas regras, hoje tem uma tarifa diferenciada que também está a ser estudada e enquanto houver contratos, com todos os requisitos, assinados pela Administração Nacional de Eletricidade, não há problema. No curto prazo entendemos e acreditamos que pode trazer benefícios, sobretudo para a Administração Nacional de Eletricidade, para que possa ser reinvestido em infraestruturas elétricas”, afirmou.