Uma das gráficas mais antigas do mundo e responsável pela impressão de dinheiro físico na Europa anunciou uma parceria com o Banco do Brasil (BB) para 'imprimir' a moeda digital do país, o DREX. A parceria da gráfica alemã Giesecke & Devrient (G&D) com o BB pretende implementar pagamentos offline para o Drex.

A Giesecke & Devrient foi fundada em 1852 na cidade de Leipzig por dois jovens artesãos empreendedores, Alphonse Devrient, de 31 anos e Hermann Giesecke, de 21 anos. No mesmo ano de fundação, a gráfica conseguiu seu primeiro grande contrato com o Banco de Weimar para produzir a nota de 10-thaler.

A gráfica vem participando da história monetária desde então. Logo após a Primeira Guerra Mundial, ela se tornou uma das principais gráficas da República de Weimar. Já no ano de 1936, produziu os ingressos para os Jogos Olímpicos de Berlim e, desde 2020, tem como foco atuar na 'impressão' de moedas digitais de bancos centrais, refletindo a mudança do sistema financeiro para um modelo digital.

No Brasil, assim como fez em Gana e na Tailândia, a empresa pretende habilitar pagamentos offline com moeda digital. O Banco do Brasil (BB) fechou um acordo de cooperação técnica com a G+D para estudar a aplicação dessa tecnologia no Brasil, utilizando o Drex, versão digital do real desenvolvida pelo Banco Central.

O Banco do Brasil participará do projeto-piloto dessa solução, que visa desenvolver maneiras adaptadas à realidade brasileira para transações offline com o Drex, complementando os meios tradicionais de pagamento, como dinheiro, cartões e Pix.

O acordo, resultado de meses de negociação, pretende explorar novas possibilidades de uso para o Drex, especialmente em transações do dia a dia, como compras em estabelecimentos comerciais e pagamentos de serviços.

Além disso, a tecnologia pode ampliar o acesso financeiro a pessoas com dificuldades de conexão à internet ou em regiões com infraestrutura precária, possibilitando transações seguras por meio de dispositivos como pulseiras ou anéis.

Pagamentos offline

A solução em estudo foi apresentada no programa Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift Challenge), promovido pelo Banco Central do Brasil. Durante o evento, Severino Sequeira, executivo da Giesecke+Devrient, explicou que a proposta funciona como um cartão que pode ser carregado com stablecoins do Drex e utilizado para pagar por produtos e serviços sem a necessidade da internet.

Para depositar o usuário aproxima o cartão do device que possui uma conta do DREX, como um celular, e então ele digita o valor e faz a transferência para o eCard. 

Para fazer pagamentos o uso é o mesmo, sendo necessário apenas aproximar o cartão do device que irá realizar o recebimento, não sendo necessário que o device esteja conectado com a internet. O valor no eCard, disponível para pagamentos offline, também pode ser transferido para uma conta online do Real Digital.

"Para garantir a segurança do cartão há diversas camadas de segurança, inclusive podemos adotar sistemas de segurança usadas na impressão de notas para a impressão do cartão, certificando cartões como sendo o 'eCard' oficial do governo", destacou o executivo.

pagamentos offline no DREX