O mercado de criptomoedas respondia por um market cap de US$ 3,89 trilhões (-0,6%) na manhã desta quarta-feira (10). O Bitcoin (BTC) se lateralizava em US$ 112,4 mil (-0,3%) com alta acumulada semanal de 0,8%, neutralidade dos investidores (43%) e as altcoins em terreno misto, apesar da explosão de até três dígitos de alguns tokens.

O desempenho do BTC, que se encontrava dissociado das novas máximas históricas dos índices S&P 500 e Nasdaq, encerrados respectivamente em 6.512,61 (+0,27%) e 21.879,49 (+0,37%), coincidia com a rotação de capital para as altcoins, já que a saída de capital líquido nas últimas 24 horas não anulava o fluxo de entrada desta semana. O que aponta para uma guinada no comportamento dos investidores de criptomoedas em direção a uma eventual altseason (temporada das altcoins).

A baixa aversão ao risco se dava pela expectativa dos investidores em relação ao corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) este mês, por causa de dados fracos do payroll, que se refere às folhas de pagamento não agrícolas dos Estados Unidos, divulgados na semana passada. Isso porque o esfriamento do mercado de trabalho diminui o risco de inflação, o que pode favorecer mercados como o de criptomoedas.

O otimismo pode se confirmar, ou não, quinta e sexta-feira (11 e 12), com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e ao Produtor (PPI) referente a agosto nos EUA. Em caso de retração ou dados moderados, há chances de um rali pelo otimismo em relação ao Fed. Por o outro lado, o eventual avanço de preços, como reflexo dos repasses aos consumidores das tarifas alfandegárias impostas pelo presidente Donald Trump a outros países, pode ser compreendido como estagflação e provocar correção nos preços do Bitcoin e das principais altcoins.

O VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, encontrava-se recuado a 14,98 pontos (-0,9%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin e Ethereum (ETH) avançaram por respectivas entradas líquidas de US$ 23,05 milhões e US$ 44,16 milhões, segundo dados da SoSoValue.

monitoramento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas mostrava alta a US$ 211,3 bilhões (+0,3%) no Interesse Aberto e recuo a US$ 268,5 bilhões (-6,8%) no volume de negociações. Já a liquidação de traders alavancados de criptomoedas girava em torno de US$ 256,9 milhões (-22,2%) nas últimas 24 horas. Nesse caso, os touros estavam em desvantagem porque as posições compradas (longs) giravam em torno de US$ 164 milhões, enquanto o volume de posições vendidas (shorts) orbitava US$ 93 milhões.

Pequenas e grandes carteiras de criptomoedas se mantinham nas compras, já que o índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas da Coinglass era de a 57,03 pontos. O mapa de calor ainda destacava diversos tokens fora dessa região, nas zonas de forte compra ou sobrecompra e de forte venda ou sobrevenda. Na primeira faixa, mais sujeita à correção, estavam tokens como TST, VELVET, HIFI, MYX, AVAX, OMNI, PLUME, DMC, KOMA, GUN, MUBARAK, MOCA, PUMP, HYPE, SOL, CAKE, W e PORTAL. No outro extremo, mais sujeito a reversão, estavam tokens como FORM, SYRUP, MAV, HOME, FUN, ICNT, IDOL, AIOT, BIO, ALPINE, ZORA, QTUM, PARTI e RIO.

Mapa de calor de 4 horas do RSI das criptomoedas. Fonte: Coinglass.

O que também favorecia o movimento compra dos tokens era a alta a 59 pontos do índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado, em sinal de rotação de capital. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o WLD recuava a US$ 1,86 (-8,4%), o AEWRO se depreciava a US$ 1,13 (-6,4%), o ARB se retraía a US$ 0,50 (-5,5%), o MYX era trocado por US$ 16,79 (-5,7%) com alta acumulada semanal de 1.330%, o ONDO estava precificado em US$ 1,01 (+4,5%), o AVAX chegava a US$ 26,76 (+3%), o KCS alcançava US$ 14,78 (+2,9%), o OKB atingia US$ 192,20 (+2,1%) e o CAKE estava quantificado em US$ 2,50 (+2%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o IP era transacionado por US$ 10,17 (+16,7%), o MNT estava cotado a US$ 1,44 (+14,1%), o PUMP chegava a US$ 0,0053 (+11,6%), o OMINI respondia por US$ 3,82 (+16,3%), o SATS se comparava a US$ 0,000000043 (+14,1%), o BAN estava precificado em US$ 0,090 (+10,6%).

Entre os destaques estava a alta das altcoins BakeryToken (BAKE), Hifi Finance (HIFI) e Self Chain (SLF), transacionadas respectivamente por US$ US$ 0,18 (+450%), US$ 0,098 (+77%) e US$ 0,059 (+144%).

Gráfico de 24 horas do par BAKE/USD. Fonte: CoinMarketCap.

A ascensão sucedia um anúncio de deslistagem feito pela Binance de remoção das negociações dos tokens no próximo dia 17 de setembro, com base na análise das seguintes métricas, de acordo com a exchange global de criptomoedas:

  • Comprometimento da equipe com o projeto;

  • Nível e qualidade da atividade de desenvolvimento;

  • Volume de negociação e liquidez,

  • Estabilidade e segurança da rede contra ataques;

  • Nível de comunicação pública, envolvimento da comunidade e transparência;

  • Capacidade de resposta às nossas solicitações periódicas de due diligence;

  • Evidência de conduta antiética/fraudulenta ou negligência;

  • Novos requisitos regulatórios;

  • Aumento material/injustificado no fornecimento de tokens ou alterações na economia de tokens;

  • Impacto das mudanças na estrutura de propriedade do projeto ou nos membros principais da equipe;

  • Sentimentos da comunidade.

Entre as novas listagens estavam AVNT na BitMart, Bybit, Bitget, Gate.io, Binance Futuros, Coinbase e Poloniex, LINEA na Bithumb e Phemex, NOBODY, XAULT e ART na Kraken, UB e HOLO na Binance.

No dia anterior, as altcoins acumularam até 1.700% e limitaram a reação do Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.