A RTM, empresa da B3 e da Anbima, anuncia o lançamento de uma rede de testes para o Drex, moeda digital do Banco Central do Brasil. O lançamento é fruto de uma parceria com BB Chain. Segundo as empesas, o objetivo é integrar diversos portes de empresas em projeto-piloto e democratizar o acesso a oportunidades previstas com a implementação do DREX.

"O passo que estamos dando agora é decisivo para nivelar o conhecimento entre o maior número possível de empresas do ecossistema financeiro nacional, com diferentes perfis, para que consigam trazer seus produtos para o Real Digital com valores que não representem barreira de entrada”, explica André Mello, CEO da RTM.

A adesão ao 'sandbox' da RTM que simula o ambiente do Drex já está disponível como um produto SaaS da empresa, inclusive para as instituições financeiras participantes dos 16 consórcios do Drex que precisem de uma rede complementar para exercitar modelos de negócio.

Segundo a empresa, as instituições financeiras que aderirem ao novo produto terão acesso a alguns diferenciais na interface do projeto, como fazer a custódia integrada de ativos para clientes, permitindo a gestão de carteiras, e levar novos contratos, smart contracts, para o ambiente de teste.

“Por meio da parceria com a RTM, queremos ir além dos  grandes players de mercado que já trabalham há mais de dez anos com moedas digitais. O ideal desse sandbox é preparar as empresas que ainda não estavam a par do Real Digital (DREX) para que possam reagir ao novo cenário do mercado financeiro, que vai acontecer no ano que vem”, analisa André Carneiro, CEO da BBChain.

Drex

Com relação ao avanço do Drex, a integração da CBDC nacional com o Ethereum e outras blockchains públicas é uma das prioridades para 2024, segundo afirmou Fabio Araujo, responsável pelo projeto da CBDC nacional.

Atualmente o Drex vem realizando seus testes no Hyperledger Besu, uma plataforma de blockchain privada, mas compatível com EVM, a máquina virtual do Ethereum e, portanto, pode ser integrada com todas as blockchains e tokens que também usam EVM.

No entanto, Araujo destacou no evento que essa integração com blockchains públicas também será controlada pelo BC e terá que ser realizada por meio de processos de KYC e de prevenção a lavagem de dinheiro.

“Naturalmente, vamos permitir emissão do token do Drex em ambientes públicos mediante um agente regulado do Banco Central. Dessa forma, o BC tem controle sobre quem faz a emissão", afirmou.

Araujo também revelou no evento que o BC vem testando diversas soluções para garantir esta integração do Drex com blockchain públicas, entre elas o protocolo Aave e que, nesse caso, é importante garantir interoperabilidade, segurança e requisitos regulatórios para a solução selecionada.