O mercado de criptomoedas viveu um mês de intensa volatilidade e lateralização com o preço do Bitcoin sofrendo em momentos de tensão geopolítica.

No entanto, a maior criptomoeda do mercado conseguiu manter seu valor acima de US$ 105 mil, impsulsionada por uma forte demanda institucional por parte de ETFs e governos adotando reservas de Bitcoin.

Com isso, conversamos com os analistas da Coinext para saber quais são as melhores criptomeodas para comprar em junho. Em junho, os analistas da empersa indicaram 3 criptomoedas que tiveram valorização de mais de 10%, o Ethereum, com alta de 12% no mês, Uniswap (+37%) e a Aave (+14%). 

Segundo os analistas, para julho, olhando para uma importante tendência no mercado cripto, a equipe de Research da Coinext focou em criptomoedas que vêm se consolidando como infraestruturas reais de pagamento: redes que combinam taxas quase simbólicas, confirmações em segundos e integração direta com o sistema financeiro tradicional. 

Essa transformação já mobiliza gigantes como Visa e Mastercard, que estão selando parcerias para permitir compras on-chain, impulsionando a adoção em massa e aproximando o universo cripto do cotidiano de milhões de pessoas globalmente. 

Selecionamos projetos com potencial de transformar o uso diário das criptomoedas, tornando-as plataformas eficientes e acessíveis para pagamentos, graças à sua tecnologia avançada e à crescente adoção institucional.Essas redes funcionam como pontes entre o mundo digital e o sistema financeiro tradicional. Com isso, não só ampliam a inclusão financeira, como também impulsionam o uso, aumentam as transações e fortalecem a valorização dos tokens de forma mais sustentável.

Confira a análise

Ripple (XRP) 

A Ripple (XRP) é a criptomoeda nativa do XRP Ledger, criado em 2012 pela Ripple Labs para viabilizar transferências internacionais quase instantâneas e com custos ínfimos. Em vez de mineração, o protocolo de consenso federado do XRP Ledger valida transações em segundos por menos de US$0,001, atraindo instituições financeiras que precisam de liquidação rápida e eficiente entre diversos ativos. 

Agora, essa eficiência do XRP vai além da sua própria rede. Graças à integração do sistema Wormhole, você pode transferir XRP, stablecoins e até ativos do mundo real (como imóveis “tokenizados”) diretamente entre mais de 35 redes, de Ethereum a Solana e Avalanche, de forma rápida, barata e dentro das regras.

Esse conjunto de melhorias deve elevar o uso real do XRP, atrair mais investidores institucionais e criar uma demanda sólida que pode impulsionar a valorização do token. 

Ao mesmo tempo, a perspectiva de um IPO da Ripple ganha força conforme a disputa com a SEC se encaminha para um desfecho. Inspirado pelo salto de avaliação da Circle de US$ 5 bilhões para US$63 bilhões após seu IPO, o advogado John Deaton projeta que a Ripple pode chegar a US$100 bilhões de valuation, o que deverá impulsionar também o preço do XRP. 

Projeções da BTCNEWS apontam para patamares acima de US$10, com cenários mais otimistas de até US$100, consolidando a criptomoeda como um ativo estratégico tanto para pagamentos quanto para investimento. 

Stellar Lumens (XLM)

A Stellar Lumens (XLM) é a criptomoeda nativa da Stellar Network, criada em 2014 por Jed McCaleb (cofundador da Ripple) para tornar pagamentos transfronteiriços rápidos, baratos e acessíveis a indivíduos e instituições. Baseada no Stellar Consensus Protocol (SCP), a rede processa transações em segundos, sendo ideal para micropagamentos, emissão de ativos tokenizados e remessas internacionais. A visão de McCaleb por interoperabilidade e inclusão financeira faz do Stellar uma ponte eficiente entre diferentes moedas e sistemas de pagamento. 

Em 18 de junho, a Valour (subsidiária da DeFi Technologies que cria produtos financeiros simples para criptoativos) lançou na Spotlight Stock Market da Suécia um ETP (Exchange Traded Product) de Stellar (XLM). Esse “fundo negociado em bolsa” segue o preço do XLM e pode ser comprado ou vendido como uma ação comum, sem a necessidade de carteiras digitais. 

Com auditoria periódica, custódia segura e cotação transparente em coroas suecas, o ETP atrai investidores tradicionais, aumenta a liquidez do XLM e gera um suporte de preço que pode favorecer sua valorização sustentável. 

Dados do DefiLlama mostram que, em junho, o valor total bloqueado (TVL) em protocolos Stellar atingiu um recorde de US$97,7 milhões, refletindo maior uso da rede. A capitalização de mercado das stablecoins emitidas em Stellar também subiu, chegando a US$650,5 milhões, reforçando o interesse em soluções de pagamentos estáveis. 

No mercado de derivativos, a taxa de financiamento do XLM virou positiva, o que significa que há mais apostas em alta do que em queda, sinal clássico de otimismo. 

Segundo a FXStreet, o XLM estabeleceu suporte em US$ 0,255 e subiu 6,6% em poucos dias. Agora, ao testar a resistência entre US$0,28 e US$0,30, um rompimento com volume robusto pode projetá-lo de volta às máximas anteriores, reforçando a perspectiva de continuidade da alta.

Com um ETP em bolsa ampliando liquidez, recorde de TVL e viés altista nos derivativos, acreditamos que o Stellar (XLM) tem forte potencial de valorização em julho. 

Tron (TRX) 

O Tron (TRX) nasceu em 2017, idealizado por Justin Sun para descentralizar a indústria de entretenimento digital. Seu mecanismo de consenso Delegated Proof of Stake (DPoS) permite processar milhares de transações por segundo, tornando a rede atrativa para dApps, jogos on-chain, serviços de streaming e até protocolos DeFi. 

Essa combinação de velocidade e baixo custo consolida o Tron como uma plataforma escalável e econômica, um ponto-chave para a demanda por TRX, já que o uso intenso da rede gera receita de taxas e reforça o valor do token. Em junho, a rede registrou um pico de mais de 4,5 milhões de usuários diários (DAU), quase o dobro da média dos dois meses anteriores, impulsionado principalmente por novos entrantes. 

Esse salto indica forte interesse e adoção em massa, o que costuma refletir num aumento de transações e, consequentemente, de receita para a rede. Porém, a rápida queda na retenção a longo prazo aponta um desafio: manter esses usuários ativos é essencial para sustentar o crescimento de TRX, pois um ecossistema engajado gera maior utilidade e valor para o token. 

Outro termômetro do sucesso do Tron é o fornecimento de USDT: ultrapassar US$80 bilhões em stablecoins o coloca à frente de todas as outras blockchains nesse mercado, demonstrando confiança de grandes emissores e alta demanda por liquidez. 

Paralelamente, o volume negociado em DEXs subiu de US$4,9 bilhões em abril paraUS$ 5,5 bilhões em maio, sinalizando retomada da atividade on-chain. Juntos, esses números reforçam a relevância prática do Tron como um hub de liquidez e pagamentos, criando um suporte sólido para o TRX. 

Atualmente, o preço oscila entre o suporte em US$0,270 e a resistência em US$ 0,273–0,275, caso os compradores consigam sustentar o patamar de suporte com reforço de volume, o próximo objetivo técnico fica em US$0,28. 

Apesar de ainda estar 36% abaixo do pico de US$0,4313 alcançado em dezembro de 2024, essa consolidação lateral perto de níveis de compra, aliada ao crescimento contínuo no uso de USDT na rede, sinaliza que o TRX pode estar em um ponto de inflexão. 

Se o ecossistema mantiver a tração atual e resolver seus desafios de retenção, há boas chances de vermos uma recuperação consistente nos próximos meses. Portanto, enxergamos o Tron (TRX) como uma opção promissora para julho, reunindo fundamentos de rede robustos e condições de mercado favoráveis para uma valorização sustentável.

Worldcoin (WLD) 

O Worldcoin (WLD) é o token nativo do protocolo World ID, criado pela Tools for Humanity com apoio de Sam Altman, cofundador da OpenAI. O projeto combina uma criptomoeda e um sistema de verificação de identidade baseado em biometria ocular (“Orb”): usuários escaneiam a íris para provar que são pessoas únicas sem revelar dados pessoais, recebem um World ID e, em seguida, podem reivindicar seu airdrop de WLD. 

Essa dupla camada, token e identidade descentralizada, visa fomentar uma economia digital mais inclusiva, prevenindo fraudes de múltiplas contas e garantindo distribuição justa do ativo em escala global. 

O Worldcoin (WLD) está em negociações com a Visa para habilitar pagamentos em stablecoins diretamente na World Wallet. A parceria pretende ampliar a carteira para incluir verificação de identidade cripto, câmbio de moedas e depósitos em moeda fiduciária, aproveitando a vasta rede de comerciantes da Visa. 

Para o WLD, isso significa transformar a World Wallet num hub financeiro completo, misturando funções tradicionai, como conversão de câmbio e on-ramps de fiat, com capacidades cripto seguras e descentralizadas. Ao facilitar o uso diário de stablecoins e oferecer acesso à infraestrutura global da Visa, a adoção da Worldcoin tende a acelerar, aumentando a demanda pelo token WLD e reforçando seu papel como ponte entre finanças convencionais e economia digital. 

Ainda, a Tools for Humanity, deseja ampliar sua base de usuários humanos ao verificar íris com o “Orb” e priorizar suas transações na Worldchain via PBH (“Priority Blockspace for Humans”), além de destinar US$1 milhão em WLD para incentivar desenvolvedores. Com 13 milhões de IDs emitidos e 100 milhões de verificações, o PBH está em testnet, uma rede de testes paralela que replica a rede principal sem riscos reais de valor, permitindo validar novas funções antes do lançamento oficial. Essa prova de humanidade aumenta a utilidade do WLD, pois usuários verificados pagam menos tarifas e têm maior prioridade. 

Segundo análise do portal Brave New Coin, o Worldcoin (WLD) enfrenta momento baixista persistente, com preços lutando para se manter acima de US$0,85 e formando topos e fundos cada vez mais baixos. 

Apesar desse cenário, a estabilização em torno de US$0,85 sem um aumento significativo de vendas sugere uma possível zona de acumulação e, para quem busca oportunidades num patamar descontado, o WLD pode oferecer um ponto de entrada atraente. 

Com parcerias estratégicas, como a futura integração com a Visa, e inovações exclusivas de prova de humanidade via Orb e PBH, a Worldcoin tende a acelerar a adoção da World Wallet e a aumentar a demanda pelo WLD.

Além disso, a consolidação do preço em torno de US$0,85 configura uma janela de acumulação atraente, oferecendo um ponto de entrada descontado antes dos próximos catalisadores de valorização. 

Chainlink (LINK) 

O Chainlink (LINK) é o token nativo de uma rede descentralizada de oráculos, que serve de ponte entre contratos inteligentes em blockchains e dados do mundo real, como preços de mercado, resultados esportivos ou informações climáticas, de forma segura e confiável. 

Lançado em 2017 por Sergey Nazarov, o protocolo funciona por meio de operadores de nós independentes que coletam dados off-chain e os entregam on-chain, garantindo integridade, resistência à censura e confiabilidade. Desenvolvedores pagam esses nós em LINK, criando um incentivo econômico para que mantenham e ampliem essa infraestrutura. Essa camada de oráculos é essencial para casos de uso em DeFi, seguros paramétricos, games on-chain e qualquer aplicação que dependa de dados externos precisos. 

A Chainlink fechou uma parceria com a Mastercard para permitir que os mais de 3 bilhões de portadores de cartão comprem criptomoedas diretamente on-chain por meio de um fluxo único e regulado de conversão de moeda tradicional para cripto. 

A solução integra um provedor de compliance e custódia, um processador de pagamentos e plataformas de liquidez descentralizada, permitindo que as trocas ocorram em segundos, sem precisar recorrer a vários intermediários. 

Com isso, usuários poderão, em poucos cliques, adquirir ativos digitais em sua carteira on-chain usando o mesmo cartão de sempre, reduzindo atritos e elevando a acessibilidade ao ecossistema cripto. 

Ao remover barreiras técnicas e regulatórias, essa iniciativa tem potencial de acelerar a adoção massiva de criptomoedas, integrando pagamentos tradicionais e finanças descentralizadas em uma experiência fluida e segura. Após o anúncio, o token nativo da Chainlink, LINK, disparou cerca de 14%, chegando a US$13,37, segundo dados da CryptoSlate. 

De acordo com o portal Brave New Coin, o LINK fez fundo em US$ 11,00 na última semana de junho e recuperou em “V” até a resistência em US$ 13,50. Agora, oscila entre suporte em US$13,00 e resistência em US$13,50. 

Devido a sua posição de liderança como infraestrutura essencial de oráculos, a recente aceleração de adoção via a parceria com a Mastercard,o Chainlink (LINK) se consolida como uma das melhores criptomoedas para incluir na carteira de julho.