Considerado um setor em amadurecimento, o mercado de criptomoedas ainda é marcado por diversos casos de projetos que fracassaram ao longo da última década ao prometerem e não cumprirem. Aliás, o grupo de criptomoedas mortas de 2014 para cá representa a esmagadora maioria, cerca de 91% dos tokens dos projetos, desde o crash de 2014. Foi o que observou um relatório divulgado nesta segunda-feira (9) pela plataforma de conteúdo educativo CoinKickoff.

O estudo abordou as criptomoedas mortas ao longo dos últimos 10 anos, desde ofertas iniciais de moedas (ICOs) fracassadas até a perda de interesse dos investidores pelos tokens dos projetos, de acordo com o que informou a CoinKickoff. No total, foram analisadas 2.400 criptomoedas mortas a partir dos dados da Coinopsy, uma plataforma que fornece revisões diárias de várias criptomoedas. Em seguida, a CoinKickoff compilou os dados a fim de descobrir quando e por que as criptomoedas morreram.

Segundo o documento, antes da alta do Bitcoin (BTC) ao longo de 2013, período em que a principal criptomoeda do mercado subiu de US$ 150 para US$ 1 mil, aproximadamente, apenas 14 criptomoedas se encontravam em circulação. Número que aumentou em 84 novas criptomoedas ainda em 2013 e 607 em 2014, ano do crash, que também marcou o início do desaparecimento de 91% das altcoins lançadas nessa época. 

A maior fatia da taxa de mortalidade está compreendida no ano de 2014, o que representa 76,5% das criptomoedas, que não estão mais em circulação, percentual que totaliza 551 criptomoedas abandonadas. Porém, em números absolutos, 2018 foi considerado o ano mais fatal, com 751 criptomoedas exterminadas. Desse total, 30% morreram porque eram fraudulentas, entre elas as criptomoedas vietnamitas PinCoin e iFan, que lesaram 32 mil investidores em cerca de US$ 660 milhões em ICOs fraudadas.

De acordo com o estudo, 2017 se sagrou como o “verão do amor” pelo fato de a tecnologia blockchain ter atraído pela primeira vez a atenção de líderes empresariais de todo o mundo. Tanto que, em julho de 2017, Sheba Jafari, técnico-chefe do Goldman Sachs, chegou a prever que o Bitcoin chegaria a US$ 3,6 mil até o final daquele ano. Previsão que acabou sendo modesta, já que o BTC superou os US$ 17,7 mil, em dezembro daquele ano. Porém, apesar de ICOs lucrativas, como o do Filecoin (FIL), que acumulou US$ 257 milhões na ocasião, 2017 também testemunhou a entrada de 704 criptomoedas mortas entrarem no mercado, segundo o relatório. 

O levantamento revelou ainda que as criptomoedas estão perdendo interesse dos investidores em menor frequência uma vez que, de 2020 para cá, apenas 16 criptomoedas foram retiradas do mercado por falta de investimento. Mas, no total, 97 projetos envolvendo criptomoedas já partiram para o mundo dos mortos somente em 2022, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

LEIA MAIS: