Dados do Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência, apontam que 8 em cada 10 brasileiros encerraram o ano de 2023 com dívidas e destes um terço continuam com contas atrasadas e, portanto, sem dinheiro para aproveitar a alta de 112% que o Bitcoin (BTC) acumula em 12 meses e nem o boom das altcoins que vem registrando altas de até 5.000%.
A pesquisa aponta que débitos com bancos (64%) e cartão de crédito (60%) são as fontes das dívidas em aberto, segundo base de dados do Instituto Locomotiva e da Serasa. Em janeiro, 76% dos brasileiros procuraram alguma forma de crédito, sendo o serviço de cartão o mais buscado.
No entanto, em relação à finalidade do crédito solicitado em empréstimos pessoais, 41% afirmou ser para investimentos.
Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio diretor da Multimarcas Consórcios, o cartão de crédito continua sendo um dos grandes dificultadores porque é visto como um valor adicional ao orçamento mensal.
Após o cartão, aparece o setor de água e luz (11,33%), comércio (11,20%) e outros com 7,16%. Sudeste, Nordeste e Norte lideram o ranking das regiões com mais débitos, é o que mostra os dados apresentados pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
Muitas famílias ainda são reféns da utilização de créditos para complementar o orçamento mensal e a utilização de diferentes solicitações podem levar a refinanciamentos.
“Os brasileiros vêm utilizando a modalidade para compras do dia a dia e a capacidade de parcelamento levou-os a acreditar que ao dividir uma compra a dívida fica menor, quando na realidade, as pessoas estão apenas antecipando as dívidas do próximo mês”, explica.
Como sair das dívidas
A previsão é que para o mês de março aumente o número de brasileiros buscando negociações e acordos para sair da lista de inadimplência. Segundo a Serasa, todos os meses mais de 26 milhões de pessoas acessam o site e o aplicativo. A instituição afirma que com a nova parceria com o programa Desenrola do Governo Federal, o número deve aumentar e mais facilidades devem ser ofertadas.
Pensando nisso, o especialista separou 3 dicas para auxiliar quem está no vermelho:
- Faça um levantamento dos gastos, anotando todas as futuras despesas. Análise as áreas em que é possível economizar, buscando alternativas mais econômicas e eficientes.
- Utilize a regra 50, 30 e 20 para organização das finanças e priorize as despesas mais importantes, evitando o endividamento. A regra financeira é simples e divide o orçamento em três partes: 50% para gastos fixos e essenciais; 30% para gastos variáveis que podem ser reduzidos se necessário; e 20% para investimentos ou criação de um fundo de reserva.
- Evite dívidas desnecessárias para manter seu orçamento saudável, é extremamente importante avaliar com atenção suas necessidades antes de efetuar compras parceladas ou solicitar empréstimos. Portanto, ao planejar suas finanças, lembre-se de considerar cuidadosamente se a compra é realmente necessária para atender às suas necessidades imediatas e se você terá capacidade de pagar as parcelas mensais ou as prestações dentro do prazo estabelecido.
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