As mulheres estão demonstrando um interesse crescente em investimentos em criptomoedas, com a maioria buscando estratégias de longo prazo e ativos de menor risco como o Bitcoin, apesar de relatos de falta conhecimento sobre o mercado, de acordo com uma nova pesquisa da Bitpanda compartilhada com exclusividade com o Cointelegraph.

De acordo com a pesquisa, 50% das mulheres que investem em criptomoedas priorizam ganhos financeiros de longo prazo, com 49% mantendo ativos digitais por até cinco anos e 39% planejando manter por mais de cinco anos.

As mulheres também tendem a preferir ativos digitais mais seguros. O Bitcoin (BTC) continua sendo a escolha de investimento mais popular, com 30% das entrevistadas elegendo-o como a primeira opção de investimento em ativos digitais, em comparação com 24% dos homens.

Mais de 54% dos 1.400 investidores pesquisados ​​fizeram seus primeiros investimentos em Bitcoin, Ether (ETH) ou XRP (XRP).

Perfis de investimento em criptomoedas de mulheres. Fonte: Bitpanda

“As mulheres tendem a construir portfólios mais diversos e focar na criação de riqueza de longo prazo em vez de perseguir ganhos de curto prazo”, de acordo com Gracy Chen, CEO da bolsa de criptomoedas Bitget:

“Essa abordagem comedida é exatamente o que o ecossistema de criptomoedas precisa — investidores que entendam os fundamentos tecnológicos e olhem além do ruído do mercado.”

Período médio de retenção de diferentes tipos de ativo por mulheres e homens. Fonte: Bitpanda

“As mulheres geralmente adotam um estilo de investimento ‘hodler’”, com menos frequência de negociação do que os homens, disse Chen, citando um estudo de Charles Stanley:

“Enquanto os homens faziam 13 negociações anualmente em média, as mulheres executavam apenas 9. Essa paciência e pensamento estratégico se adequa lindamente ao mercado de criptomoedas, onde reações emocionais à volatilidade geralmente levam a perdas.”

Nkiru Uwaje, cofundadora da plataforma de liquidez Mansa, acredita que isso reflete uma diferença fundamental na psicologia de investimento de homens e mulheres:

“As mulheres abordam o investimento de forma diferente, como parte de uma estratégia mais ampla de construção de riqueza. Quando investimos em Bitcoin, geralmente consideramos seu lugar dentro de um portfólio diversificado em vez de vê-lo isoladamente.”

“A preferência por manter o investimento com foco no longo prazo também pode estar associado a uma compreensão da constância. Em vez de vender reativamente durante as quedas, as investidoras tendem a observar como os ativos se comportam ao longo dos ciclos de mercado”, acrescentou.

Não estamos “perseguindo ganhos da noite para o dia” ou “decisões motivadas pelo FOMO”

A maioria das mulheres prefere Bitcoin, mas não necessariamente devido à aversão ao risco apenas.

“Essa abordagem geralmente decorre de pesquisa completa e paciência estratégica”, de acordo com Mary Pedler, fundadora da agência de comunicações focada em blockchain e tecnologia INPUT Comms.

“Muitas mulheres com quem trabalhei e me comuniquei fazem pesquisas profundas antes de investir e raramente tomam decisões motivadas pelo FOMO”, ela disse ao Cointelegraph, acrescentando:

“Antes de investir em Bitcoin, procuramos entender sua proposta de valor fundamental — não estamos buscando ganhos da noite para o dia; estamos construindo riqueza geracional.”

Mais mulheres estão investindo em criptomoedas, mas os desafios persistem

Enquanto as mulheres investidoras em criptomoedas estão crescendo, a falta de conhecimento sobre esse mercado continua sendo o principal desafio para uma adoção mais ampla.

Mais de 81% das entrevistadas admitiram ser investidoras inexperientes, com 24% das mulheres investidoras citando a falta de conhecimento sobre investimentos como seu maior desafio, enquanto 41% apontaram restrições financeiras, de acordo com a pesquisa da Bitpanda.

No entanto, a Bitpanda registra um número crescente de investidoras do sexo feminino. Mulheres que começaram a investir em janeiro de 2024 registraram um aumento médio de 8,1% em seus investimentos no ano passado.

Chen destacou que apenas 26% dos detentores de criptomoedas são mulheres.

Para preencher essa lacuna, iniciativas como o Women in Ethereum Protocol (WiEP) enfatizam a necessidade de educação adequada, orientação clara e suporte estruturado para encorajar mais mulheres a entrar no espaço cripto.

Reportagem adicional por Lyne Qian.