Um novo estudo sugere que, até agora neste ano, o Bitcoin já gastou mais energia do que em todo o ano de 2020.

Até o final do ano, a rede Bitcoin terá consumido 91 terawatt-hora (TWh), e, hoje, já consumiu mais do que os 67 TWh estimados para todo o ano de 2020, de acordo com um relatório da Bloomberg divulgado na segunda-feira.

Os números precisos do consumo de energia do Bitcoin são variáveis e não são fáceis de calcular com precisão, mas a tendência é clara - eles estão aumentando. O Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index estima que a mineração deverá consumir ainda mais 95,68 TWh até o final do ano. Isso é quase o equivalente ao consumo de energia das Filipinas.

Um estudo separado da Science Direct destacou outro problema - o e-lixo, que se refere a equipamentos de informática e eletrônicos descartados. O relatório sugere que uma transação na rede Bitcoin produz 272 gramas de lixo eletrônico, que consiste principalmente em equipamentos de mineração antigos e já inapropriados para a atividade.

Ele acrescentou que os mineradores de Bitcoin “utilizam uma quantidade crescente de hardware de vida útil curta, podendo favorecer o crescimento do lixo eletrônico global”, acrescentando que a geração anual de lixo eletrônico descartados por mineradores totalizou 30,7 quilotons métricos em maio de 2021.

Projetando isso até o final do ano, o estudo afirma:

“O Bitcoin pode produzir até 64,4 quilotons métricos [64.400 toneladas] de lixo eletrônico se mantido os níveis de preço do Bitcoin vistos no início de 2021.”

O lixo eletrônico por transação tem cerca de metade do peso do iPad mais recente. Mas, para efeito de contextualização, a própria Apple pode estar enfrentando um grande problema no que diz respeito à produção de lixo eletrônico, com mais de 1,65 bilhão de dispositivos rodando no ecossistema desde o ano passado, de acordo com o CEO Tim Cook. Isso pode resultar em até 250.000 toneladas métricas de lixo eletrônico quando os aparelhos se tornarem obsoletos, de acordo com a ZDNet.

O Bitcoin é responsável por cerca de 0,11% do total global estimado de lixo eletrônico em 2021. Ou 57,4 milhões de toneladas, de acordo com o Statista.

O uso de energia do Bitcoin também é pequeno quando contextualizado, dependendo da perspectiva. Como parte do consumo total de eletricidade global, a mineração de Bitcoin (BTC) é responsável por apenas 0,43%. Isso é menos do que os 104 TWh estimados usados por geladeiras apenas nos Estados Unidos, de acordo com a Universidade de Cambridge.

Um ponto de vista mais bem humorado sobre o consumo de energia do Bitcoin foi adotado por The Onion, que disse que o poder de computação usado para mineração de BTC está na verdade salvando a humanidade da destruição. A lógica por trás da premissa sardônica é que, livres das demandas da criptografia de mineração, os computadores do mundo, de outra forma, "muito provavelmente aplicariam esse poder computacional para se tornarem autoconscientes e, em última instância, exterminar a raça humana."

Embora a mineração de Bitcoins consuma uma quantidade gigantesca de energia, desde a grande migração dos mineradores expulsos da China, mais a energia renovável é utilizada pela rede à medida que os pools de mineração realocados entram em funcionamento nos EUA e no Canadá alimentados por energia verde.

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