Nos últimos sete dias, mais de US$ 1 bilhão em stablecoins foi retirado de exchanges. A incerteza sobre o tamanho do risco sistêmico causado pelo colapso da FTX, e os temores de falência da Genesis, fizeram com que investidores investissem na custódia de seus ativos fora de exchanges.

Para o analista conhecido como KoroushAK, tirar stablecoins de exchanges não é o suficiente. Na edição de quarta-feira (23) de sua newsletter, ele explica que investidores não estão seguindo os melhores passos para mitigar o risco.

Imagem: fluxo de saída de stablecoin das exchanges/Nansen e Pluto

Cuidado com a blockchain

Para ilustrar o seu ponto, Koroush usa a rede Arbitrum como exemplo. A Arbitrum é um optimistic rollup do Ethereum, criado para melhorar a escalabilidade desta blockchain. Ele explica que o fluxo de usuários tem crescido na Arbitrum desde o início de novembro.

Imagem: aumento nas transações dentro da Arbitrum/KoroushAK e Nansen

Embora o analista não mencione na newsletter, o aumento na atividade pode estar ligado aos rumores de um possível airdrop de tokens da Arbitrum. Ao lançarem tokens nativos, protocolos recompensam usuários que interagiram com suas aplicações, por isso o aumento no número de transações. Apesar dos rumores, a Arbitrum ainda não confirmou o lançamento de seu token.

Desde o dia 10 de novembro, Koroush afirma que US$ 120 milhões em USDC foram transferidos para dentro da Arbitrum. Ele fala sobre os riscos de enviar stablecoins para redes onde elas não são nativas.

“O que é transferido é uma versão sintética. Esses ativos sintéticos, geralmente, têm seus valores pareados em proporção 1:1 com o ativo original. Mas sempre há a possibilidade de perda de pareamento. O Bitcoin sintético, Wrapped Bitcoin, emitido na Solana perdeu a paridade recentemente por conta de problemas na rede.”

Quando nativo, o USDC pode ser convertido em dólares físicos junto à Circle, emissora da stablecoin, diz Koroush. Dentro da blockchain Ethereum, o USDC é nativo, mas esse não é o caso da Arbitrum. Em suma, o analista explica que, em caso de colapso, não será possível converter imediatamente o saldo em stablecoins para dólares reais.

“Guardar USDC na Arbitrum é mais arriscado do que em uma rede nativa, como o Ethereum. Em caso de problemas, sua stablecoin sintética pode ir a zero.”

Ao sacar stablecoins da exchange, se o interesse for mitigar os riscos e proteger os fundos, Koroush comenta que o melhor a se fazer é usar as redes nativas dos criptoativos. “Isso pode ser aplicado para qualquer criptoativo”, conclui.

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