Resumo da notícia
Haddad garante que Drex é transparência, não controle
Ministro alerta para ataques hackers ao Pix com prejuízos bilionários
Governo vê o Pix como moeda digital soberana diante de pressões externas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a falar sobre o Drex, a moeda digital do Banco Central, durante entrevista no Podcast 3 Irmãos.
Logo no início, Haddad fez questão de destacar que o projeto não representa controle estatal, mas sim transparência e eficiência no sistema financeiro.
“Não tem nada de controle. Tem transparência. Você fala em transparência no Brasil e todo mundo associa com controle”, afirmou.
O ministro ressaltou que a moeda digital do real é um passo na modernização da economia, capaz de reduzir custos e eliminar intermediários.
“A informática vem ajudar. Ela elimina o atravessador, elimina custo de transação. Os custos de transação no Brasil são muito altos, tem sempre alguém no caminho, sempre um pedágio”, explicou.
Ele também apontou que a infraestrutura digital será determinante para a segurança e destacou a necessidade de data centers instalados no Brasil. Para ele, soberania digital significa proteger dados financeiros da população de influências externas.
Haddad reconheceu que o Drex é responsabilidade do Banco Central, mas garantiu que acompanha de perto os desdobramentos.
“Isso é com o Banco Central, não é agenda da Fazenda”, disse, lembrando que a instituição teve de congelar sua agenda após os recentes ataques hackers ao Pix.
O impacto dos ataques ao Pix
Ao falar do Pix, Haddad foi direto: os ataques cibernéticos colocaram o sistema financeiro sob alerta.
“As instituições financeiras estão sofrendo ataques hackers, incluindo o Pix, que podem trazer prejuízos bilionários ao setor”, afirmou.
O ministro deixou claro que esse episódio adiou decisões importantes sobre o Drex. “Agora mesmo o Banco Central teve de estancar a agenda dele por causa do ataquedo Pix”, disse.
Ele reforçou que nunca houve intenção do governo em tributar o Pix. “Nunca pensamos em tributar o Pix do brasileiro”, garantiu.
Para Haddad, o sistema de pagamentos instantâneos é um exemplo de inovação e soberania nacional.
Ele foi além: “Tem uma preocupação deles… O Pix é uma moeda digital soberana”, disse em referência à inconformidade manifestada por autoridades norte-americanas com o sucesso da ferramenta brasileira.
‘Dá para controlar?, dá…’
Haddad procurou desfazer a confusão entre transparência e vigilância estatal. Ele lembrou que, durante sua gestão, divulgou todas as renúncias fiscais CNPJ por CNPJ para aumentar o controle social.
“Coloquei na internet todas as renúncias fiscais. Isso aumenta o controle da sociedade sobre as renúncias. Está errado dar transparência para as coisas?”, questionou.
No mesmo tom, assegurou que o Drex não será um instrumento de fiscalização abusiva: “Dá para controlar, mas não é para isso que ele serve”.