O Ether (ETH) acabou de atingir uma nova máxima histórica em US$ 1.970 por unidade e uma capitalização total de US$ 222 bilhões. E apesar da atenção institucional que eleva o preço do mercado ter estado visivelmente focada no Bitcoin (BTC), alguns olhos começam a focar no ETH. E alguns desses grandes investidores podem ver que o talvez seja um ativo mais atraente, devido às suas possibilidades. 

Se olharmos para os últimos meses, os números são impressionantes. Em março, quando as notícias da pandemia desencadearam o pânico no mercado financeiro e nas criptomoedas, o ETH foi negociado a US$ 96 depois de perder em três dias 67% do seu valor. Desde então, o ativo subiu mais de 1.800%, enquanto o Bitcoin - que superou todas as ações brasileiras- subiu ''apenas'' 1.300%. 

Gráfico semanal do ETH/USD (Coinbase). Fonte: Tradingview

 

Ethereum: base de uma nova economia 

 

Diferente do Bitcoin, o Ethereum é uma plataforma para construção de projetos de blockchain e aplicativos descentralizados. Em 2020 vimos inúmeros projetos de empréstimos e investimentos DeFi crescendo e atraindo novos investimentos e capital.

O valor alocado nas finanças descentralizadas já chegou a US$ 41 bilhões. E sendo o Ethereum a principal plataforma para a criação e negociação de projetos DeFi, seu crescimento é potencializado por cada bom projeto que usa sua infraestrutura.

De acordo com Frank Holmes, da US Global Investors, nos próximos 3 ou 4 anos, o Ethereum deixará de ser correlacionado com o Bitcoin ao se estabelecer como a espinha dorsal das finanças descentralizadas. O Ethereum ganhará valor por ser a base através da qual construímos todas as finanças descentralizadas.  

Stablecoins usando o protocolo, empréstimos descentralizados e staking. Enquanto o Bitcoin está tentando capturar o mercado de ouro de US$ 18 trilhões. O Ethereum está tentando capturar toda economia global,  mas continua abaixo de empresas como L' Oréal, Exxon Mobil e CM Bank. Ou seja, há um potencial quase ilimitado de crescimento para o ativo.

 Classificação de ativos globais por capitalização de mercado. Fonte: 8marketcap.com
 

2. Institucionais no Ethereum 

Com o aumento da confiança no Bitcoin, a diversificação dos investidores tradicionais também está começando a ocorrer.  No início de fevereiro, 80% de todo dinheiro institucional no mercado cripto fluiu diretamente para o Ethereum. Da entrada de US$245 milhões, US$195 milhões foram investidos em produtos derivados de Ether. 

De acordo com o relatório de fevereiro de 2021 da Grayscale, a gestora detém cerca de US$ 4 bilhões em ETH sob gestão. Além disso,  a Chicago Mercantile Exchange (CME), a maior bolsa de derivativos do mundo, acabou de lançar futuros do Ethereum. No primeiro dia de negociação, mais de US$ 30 milhões em contratos futuros foram negociados.  

Em outono de 2020, a xSigma, uma subsidiária da ZK International, negociada na Nasdaq, anunciou o desenvolvimento de produtos DeFi e o lançamento de uma exchange descentralizada para negociação de stablecoins. O processo de entrada de investidores tradicionais nas finanças descentralizadas tem grande potencial para catalisar o projeto mais importante das DeFi. 

Além disso, é interessante lembrar que o ETH é a única criptomoeda que a SEC declarou explicitamente que não é um security, indicando que o ativo não passará por problemas como aqueles enfrentados pela Ripple atualmente. A Ripple inclusive recentemente entrou com um pedido na Freedom of Information Act com a SEC para entender porque o ETH não é um security. 

3. Massacre dos ‘Ethereum Killers’ 

A narrativa do “Ethereum Killer” existe desde sempre. Projetos como EOS, Tron, NEO, Cardano atraíram muita atenção na alta de 2017 ao tentar flipar o ETH. Todas elas  prometiam oferecer o que uma plataforma de smart contract com maior escalabilidade e menores taxas.  

Em 2020, novos ETH Killer surgiram, tais como Algorand (ALGO) e “Hashgraph (HBAR), mas o Ether continua liderando o caminho. Soluções de segunda camada e projetos focados em interoperabilidade parecem conseguir mais espaço do que aqueles que buscam tirar o segundo lugar do ETH. 

Comparação da dominância entre BTC, ETH, EOS, ADA e TRON. Fonte: Tradingview

 

4. BTC sobe 300%, Ethereum sobe 400%

O Ether (ETH) valorizou 170% em 2021, fazendo com que sua capitalização de mercado superasse US$200 bilhões. O BTC no mesmo período subiu 85% . Em 2020, o BTC subiu 300%, enquanto o ETH subiu 450% no par USD. Como aponta Frank Holmes, a relação BTC-ETH é similar à relação ouro-prata. Assim, o bom desempenho do Bitcoin e a adoção institucional em voga tendem a impulsionar o preço do Ethereum. Para Holmes: 

''Historicamente, o ouro sobe 10% enquanto a prata sobe 15%. O que vimos no ano passado? Bitcoin subiu 300%, Ethereum subiu 400%.''  

De acordo com a análise do DNA da volatilidade de Holmes, o ETH pode subir ou descer 200%. Considerando a volatilidade do ETH e os seus bons fundamentos, existem boas razões para acreditar que o Ether continuará a aumentar de preço em 2021 e trará mais lucro aos investidores do que os investidores de Bitcoin. 

Aos maximalistas, isso pode ser uma boa notícia, considerando estratégias que usam o próprio desempenho do ETH para aumentar a posição em BTC

5.ETH já supera BTC e até o PayPal em volume e transferência de valor

O desenvolvimento das finanças descentralizadas têm feito com que o Ethereum dispute a posição de maior rede de liquidação de dinheiro cripto do mundo. Durante 2020, mais de US $ 1 trilhão em transações foram registradas no blockchain do Ethereum, contra US$ 800 milhões do BTC. Mas a competição não é apenas no setor cripto. Esses números excedem o volume de empresas como PayPal. Em 2020, o volume de pagamento líquido do PayPal foi de US$ 963 bilhões. 

Um caso interessante para entender o bom desempenho da  rede é o caso dos sintéticos, tokens que fazem o track do valor de um ativo subjacente, mas amplia suas capacidades. Os tokens sintéticos do BTC, como o Wrapped Bitcoin (wBTC) e o renBTC, que são construídos através da infraestrutura do Ethereum, acentuam o processo de transferência dos valores transacionados na rede Bitcoin para a rede do Ethereum. Esse fenômeno tem sido liderado pelo Synthetix, uma plataforma DeFi capaz de sintetizar qualquer tipo de ativo, das ações às criptomoedas e levá-las ao Ethereum.  

Fonte: Coinmetrics
 

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