Uma série de investidores furiosos está procurando as autoridades de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, para denunciar uma suposta exchange de Bitcoin (BTC) que sumiu com os investimentos de quase 10.000 pessoas na região.

Segundo o diário O Dia, a suposta exchange Black Warrior prometia 30% dos valores investidos aos clientes, mas - como costuma acontecer quando há fraudes deste tipo - fechou sem aviso prévio, bloqueando todos os valores dos investidores.

A empresa, diz o texto, cortou os lucros prometidos para 15% depois de três meses de operações, mas mesmo assim seguiu sem honrar o prometido e com saques bloqueados.

Relatos da região ainda dizem que os investidores têm formado uma grande fila onde funcionava a empresa e chegaram a criar um grupo de WhatsApp para pressionar a empresa. Uma das vítimas relata:

“As pessoas estão indo à empresa por volta das 5h, ficam na fila, tentam receber pelo menos o dinheiro investido de volta. Tudo foi firmado em contrato autenticado em cartório, mas nada do que foi prometido é cumprido”

Clientes insatisfeitos e violência

Há relatos também de violência entre os investidores revoltados com a postura da empresa. No início do mês, em um protesto organizado contra a suposta exchange, uma mulher chegou a portar um pedaço de madeira e ameaçar os representantes da Black Warrior.

Outro representante da exchange sofreu uma tentativa de assassinato na manhã do dia 10 de junho, quando seu carro foi alvejado na saída de um condomínio de Cabo Frio. O carro era blindado e ninguém se feriu.

Diante da violência e da revolta dos antigos clientes, os responsáveis pela empresa prometem devolver o dinheiro investido por todos os clientes, "de forma gradual. O fechamento da empresa, segundo uma nota oficial, teria sido por "casos de força maior que afetaram o mercado e também devido a um atentado à vida de um dos sócios, pelo atraso de cinco dias nos pagamentos”.

As empresas que ofereciam investimentos em Bitcoin com rendimentos muito acima do mercado, como parece ser o caso, foram muito combatidas pelas autoridades no Brasil nos últimos anos. Muitas já foram proibidas de atuar pela CVM e hoje respondem por crimes financeiros na Justiça, como o Grupo Bitcoin Banco, que foi alvo de uma grande operação da Polícia Federal e viu seu maior responsável ser preso.

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