Com o preço do Bitcoin (BTC) 7% abaixo de sua máxima histórica de 2025 e a estrutura do ciclo de quatro anos se aproximando do fim, a dúvida que paira entre os investidores de criptomoedas nesse momento é: o mercado de alta atingiu seu ápice em 14 de agosto, quando o preço do Bitcoin ultrapassou os US$ 124.000 ou ainda há espaço para mais valorização?
Embora ninguém tenha a resposta definitiva e ela só possa ser confirmada em retrospecto, um indicador se destacou ao antecipar o topo de agosto com precisão, enquanto as tradicionais métricas on-chain falharam: o Google Trends.
Considerado obsoleto por muitos analistas, o indicador baseado em buscas no Google ganhou uma nova versão idealizada pela Alphractal, uma plataforma de dados on-chain e sentimento do mercado fundada por brasileiros.
O “Google Trends Analysis” da Alphractal capturou um pico de buscas por termos associados ao mercado de criptomoedas 12 dias antes de o Bitcoin atingir seu recorde de preço atual.
Rafaela Romano, pesquisadora e cofundadora da Alphractal, explica que mudanças na dinâmica do mercado de criptomoedas tornaram os indicadores on-chain menos confiáveis e precisos, especialmente com a entrada maciça de investidores institucionais e a aprovação de ETFs nos EUA:
“A entrada dos ETFs, por exemplo, provocou um declínio no número de transações on-chain. Dessa forma, métricas como novos endereços e números de transações, não são mais tão úteis quanto eram antes para entender em que estágio do ciclo nos encontramos. Indicadores como o MVRV e até mesmo o famoso Pi Cycle Top provavelmente não voltarão a sinalizar os topos como fizeram em ciclos passados.”
Acreditava-se que o Google Trends também estava nessa categoria, uma vez que as buscas isoladas pelo termo “Bitcoin” não chegaram nem perto dos picos registrados em ciclos passados.
No entanto, a ferramenta da Alphractal incorporou outros termos de pesquisa para capturar o sentimento mais amplo do mercado, incluindo altcoins como Ethereum (ETH), Solana (SOL), Dogecoin (DOGE) e Hyperliquid (HYPE), exchanges como Binance e Coinbase e plataformas de dados como CoinGecko e CoinMarketCap.
“Ao agregar diversos termos, em vez de focar em apenas um, construímos uma nova leitura do indicador, que tem se mostrado bastante precisa,” afirma Rafaela.
Ao observar o padrão histórico do “Google Trends Analysis” da Alphractal, percebe-se que o indicador costuma antecipar grandes movimentos no preço do Bitcoin, tanto de alta quanto de baixa.
“Historicamente, observa-se que há um alfa oculto para a maioria dos investidores toda vez que a atenção pública dispara simultaneamente em diversos tópicos relacionados às criptomoedas,” diz uma postagem da Alphractal no LinkedIn.
US$ 124.000 marcaram o topo do atual ciclo de alta das criptomoedas?
A disparada nas buscas em 1º de agosto marcou o topo do “Google Trends Analysis” no atual mercado de alta das criptomoedas, igualando-se ao padrão registrado em novembro de 2021.
“Isso não significa que a queda recente sinaliza o fim do atual ciclo de alta, mas quando a euforia toma conta do mercado de criptomoedas, uma estratégia inteligente é vender na alta para recomprar mais barato depois", afirma a postagem.
Por sua vez, Rafaela avalia que, apesar do movimento extremo registrado em agosto, outros topos locais neste ciclo também exibiram padrões semelhantes.
“A disparada nas buscas por termos relacionados a criptomoedas no Google no começo de agosto mostra que – independentemente de o Bitcoin ter ou não atingido seu topo cíclico – estamos em estágios super avanços da bull-run, o que requer cuidado adicional dos investidores.”
Enquanto o Bitcoin se mantém em zona de acumulação na faixa entre US$ 107.000 e US$ 120.000 no gráfico semanal, a formação de um padrão técnico de “cabeça e ombros invertido” sugere que o preço do BTC pode atingir US$ 360.000 ainda neste ciclo de alta, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil.
Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.