A Transfero anunciou recentemente duas iniciativas que visam expandir os casos de uso e a adoção do BRZ, sua stablecoin atrelada ao real, em sistemas de pagamentos globais que conectam o ecossistema de criptoativos às finanças tradicionais.
A Transfero oficializou sua integração com a Fireblocks Network for Payments, plataforma de infraestrutura para pagamentos com criptoativos que conecta mais de 2.400 instituições financeiras, e a expansão de sua parceria com a Circle. Agora, a empresa brasileira passa a operar como Instituição Financeira de Origem (OFI) na Circle Payments Network (CPN).
Com as duas parcerias, a Transfero avança em sua estratégia de expansão global. Através das plataformas de pagamento da Fireblocks e da Circle, o BRZ poderá ser utilizado como meio de liquidação em transações internacionais, conectando empresas e cidadãos brasileiros a uma rede global de instituições financeiras e provedores de liquidez.
Fireblocks Network: A Ponte Entre Finanças Tradicionais e Digitais
A Fireblocks Network for Payments opera como uma infraestrutura que conecta o sistema financeiro tradicional ao ecossistema de criptoativos. A plataforma unifica trilhos de pagamento locais, câmbio e remessas em diversas blockchains, oferecendo recursos de conversão entre moedas digitais e tradicionais (on/off-ramp).
Atualmente, a Fireblocks Network suporta mais de 60 moedas fiduciárias e as principais stablecoins do mercado, incluindo (USDC), (USDT) e (PYUSD), além de criptomoedas como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e XRP (XRP).
A integração garante à Transfero acesso direto a uma rede global de mais de 2.400 instituições financeiras, incluindo exchanges, fintechs, bancos, processadores de pagamento e fornecedores de liquidez. Além de serviços de pagamento, a rede oferece soluções de custódia e tokenização de ativos reais.
A Fireblocks Network processa mais de US$ 10 trilhões em volume de transações, com suporte à Travel Rule — regra que exige o compartilhamento de informações sobre remetentes e beneficiários em transações de grandes valores — e conformidade com padrões globais de verificação de carteiras, KYC (Know Your Customer) e AML (anti-lavagem de dinheiro).
Para Márlyson Silva, chairman da Transfero, a integração representa um marco na estratégia de expansão global da empresa:
"Esta parceria reforça nosso compromisso de construir infraestrutura robusta e mostra como a Transfero está preparada para escalar globalmente com segurança e compliance no centro da nossa estratégia.”
A Fireblocks Network é uma plataforma agnóstica e, portanto, permite a integração com outras infraestruturas existentes, incluindo a Circle Payments Network (CPN).
Transfero muda de status na Circle Payments Network
A Transfero integrou-se à Circle Payments Network (CPN), rede global de pagamentos da emissora da stablecoin USDC, em maio deste ano como uma Instituição Financeira Beneficiária (BFI). A partir de agora, a empresa brasileira passa a ser uma Instituição Financeira de Origem (OFI).
Até então, os clientes da Transfero podiam apenas receber pagamentos através da rede. Com o status de OFI, a Transfero pode ser utilizada por qualquer empresa ou pessoa que deseje fazer pagamentos via CPN.
“A Transfero converte a moeda local (como o real) em stablecoins (como o USDC, da Circle) e inicia a transação na rede, que é recebida por uma Instituição Financeira Beneficiária (BFI) em qualquer lugar do mundo, que por sua vez converte a stablecoin para a moeda local do destinatário", explica a empresa em comunicado oficial compartilhado com o Cointelegraph Brasil.
A natureza programável da plataforma CPN viabiliza o desenvolvimento de produtos financeiros como pagamentos automatizados, a adoção de contratos inteligentes para trade finance e soluções de tesouraria corporativa. Operacionalmente, a Transfero se beneficia da eliminação de intermediários e da redução da complexidade dos sistemas de correspondentes bancários tradicionais, resultando em custos operacionais menores.
Os clientes da Transfero passam a ter acesso a transações quase instantâneas, processadas 24 horas por dia, com custos inferiores aos praticados em sistemas bancários tradicionais e com a eliminação de taxas de intermediação.
Para empresas que operam no exterior, a velocidade de liquidação melhora significativamente o fluxo de caixa e reduz a necessidade de capital de giro, já que o tempo para compensação de pagamentos é menor. Além do aumento da eficiência e da competitividade, as empresas têm acesso facilitado a novos mercados.
Para pessoas físicas, a integração viabiliza remessas internacionais com custos menores e maior agilidade.
Assim como a Fireblocks Network, a CPN conecta bancos, fintechs e outras instituições autorizadas globalmente, processando pagamentos internacionais exclusivamente com stablecoins regulamentadas, como USDC, EURC e BRZ.