Traders do mercado de criptomoedas foram surpreendidos nesta sexta, 19, com uma forte queda de 10% no preço do Bitcoin e que levou consigo as principais criptomoedas do mercado. Com isso, centenas de milhões de dólares foram varridos do mercado e milhares de traders em todo o mundo amargaram seu prejuízo.
Dados da CoinGlass revelam que mais de US$ 601,20 milhões evaporaram nas últimas 24 horas em meio a forte desaceleração do mercado. De acordo com a CoinGlass, este é o nível mais alto de liquidações desde 13 de junho, quando o colapso do UST/LUNA arrasou todo o mercado.
No entanto, Lucas Schoch, CEO da Bitfy, aponta que embora a queda do BTC tenha levado consigo todo o mercado de criptomoedas, os investidores devem ficar atentos em 4 criptoativos que podem apresentar boa recuperação assim que a tempestade recente acalmar.
A primeira criptomoeda na lista do especialista é a Chiliz, que já firmou parcerias com grandes instituições esportivas no mundo, como: FC Barcelona , Manchester City, Juventus Turim e Paris Saint-Germain, assim como com o UFC e organizações de jogos, tornando um fã passivo, em um fã ativo por meio do lançamento de fãn tokens.
Outra criptomoeda na lista de Schoch é a memecoin Shiba Inu, que embora tenha perdido mais de 50% de eu valor deste a sua alta histórica ainda mantém uma comunidade forte que continua crescendo. Já no terceiro lugar o analista destaca a EOS, plataforma voltada a contratos inteligentes que subiu cerca de 21% antes do colapso recente do mercado.
Finalizando a lista de Schoch está a Dogecoin, a mais famosa memecoin do mercado. O ativo apresentou grandes picos de valorização nestes últimos anos devido a posts do fundador da Tesla, Elon Musk que já afirmou que irá continuar a promover a DOGE. Portanto, segundo ele, isso tende a continuar impulsionando a valorização do criptoativos.
E o Bitcoin?
O BTC frustrou o movimento altista que vinha fazendo com uma queda de quase 8% nesta sexta-feita (19). Antes mesmo do sol nascer, o ativo já estava na faixa dos US$ 21.500, onde testa um novo suporte. Segundo uma análise da NoxBitcoin, compartilhada com o Cointelegraph, esta zona já foi teto no final de junho e em meados de julho, mas suporte no final de julho.
Gráfico diário do BTC. Fonte: TradingView
"Com uma movimentação tão brusca, vem as liquidações. Foram US$ 453 milhões de liquidações em posições long", disse
A empresa aponta que o MDR e Long/Short Ratio vinham refletindo a lateralidade do BTC até a queda brusca do BTC nesta sexta. A NoxBitcoin aponta que o MDR saiu de uma semana de operação no negativo para os 6%. Enquanto isso, mesmo com as liquidações dos longs, o Long/Short Ratio indica que o mercado segue alavancado.
Portanto a empresa indica que os investidores devem prestar atenção em 4 indicadores que podem ajudar a prever o movimento do BTC depois desta forte baixa. O primeiro deles é a Funding Fee que é a taxa de juros cobrada para alavancagem no mercado futuro de criptos.
Nela, valores nominais altos indicam excesso de alavancagem. Este cenário é especialmente arriscado, pois leves quedas podem levar à liquidação forçada de traders. Então, a pressão vendedora aumenta rapidamente, numa reação em cadeia que leva a quedas bruscas de preço.
"Funding Fee não traz novidades e continua neutro. De acordo com o The Block, a média dos Funding Fees é de 1,92%. A corretora com a maior taxa é a ByBit com 3,72%. Já a menor taxa é da OKX com -0,91%", destaca.
Indicadores do Bitcoin
Outro ponto é a Global MDR que é um indicador de Fluxo de Ordens de todo o mercado de criptomoedas. Ele é essencial para identificar desequilíbrios no mercado por meio do número de compradores e vendedores.
"O MDR esteve negativo durante a maior parte da semana, mas subiu 7 pontos percentuais no início desta sexta (19). No momento, o indicador demonstra que há 6% mais ordens de compra em comparação às ordens de venda no mercado spot", afirma.
O terceiro indicador apontado pela empresa é a Long/Short Ratio que representa a proporção de posições compradas em relação às posições vendidas. Quanto maior este número, mais traders estão especulando para alta. É um excelente indicador para ser usado em conjunto com MDR.
"O Long/Short Ratio vem num movimento ascendente desde segunda (15). No momento, o Long/Short Ratio sinaliza 2,22 posições longs em relação aos shorts no mercado futuro. Este número demonstra que o mercado continua excessivamente alavancado nas posições long", afirma.
Fechando os indicadores está a Open Interest que é o número total de contratos de derivativos em aberto que não foram liquidados. Para cada comprador de um contrato futuro, deve haver um vendedor. Desde o momento em que o comprador ou o vendedor abre o contrato até a contraparte o fechar, esse contrato é considerado 'aberto'.
"O Open Interest vem se mantendo entre US$ 13 bilhões e US$ 14 bilhões ao longo das semanas. A marca atual é de US$ 13,11 bilhões. Com a queda de hoje, é de se esperar que este indicador continue operando na lateralidade", afirma.
Olhando para os gráficos, para os indicadores e para a recente queda no preço do Bitcoin o CEO da Brasil Bitcoin, Marco Castellari, não se abalou e destacou que é só questão de tempo para o mercado se recuperar e voltar a subir.
"Os fundamentos do mercado de criptomoedas se mantiveram, o poder de mineração do Bitcoin está subindo cada vez mais e a rede Ethereum está mais ativa do que nunca, era apenas questão de tempo para o mercado cripto voltar a subir."
Um fantasma entre nós
Dados de um relatório da Delta Analytics desenvolvido em parceria com a Latam Intersect, mostram que o colpasto da Terra (LunaO) ainda é um fantasma que ronda o mercado de criptoativos e, possivelmente, ajuda a segurar o movimento dos touros.
Segundo este relatório, do dia 13 de agosto ao dia 18 de agosto de 2022, a Terra é ainda a criptomoeda mais buscada em toda a web, com 45,3%. Em seguida, estão Ethereum com 18,3% e Bitcoin com 17,9%, seguidos por Solana com 15,6%%, Binance Coin com 8,7%.
Já no que se refere ao sentimento dos investidores do mercado com relação aos criptoativos, ele aind esta muito pautado pela incerteza (expectativa) e pelo medo. O gráfico aponta que apenas uma pequena parcela dos investidores estão otimistas com o mercado (felicidade). Este sentimento também deve refeltir nos preços já que o pessimismo atua do lado dos ursos e não dos touros que são movidos pela felicidade e pelo hype (surpresa).
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