São Paulo FC e Flamengo entram em campo na próxima quarta-feira (6) pela última rodada do Brasileirão 2023 com a estreia com versões tokenizadas dos ingressos da partida que acontece no Morumbi, em São Paulo (SP).

Ao todo serão 40 unidades do Smart Ticket, como foi batizado o ingresso, divididos em três lotes e com preços que variam entre R$ 200 e R$ 400. Os criptoativos, que ainda estão em fase de testes, podem ser adquiridos pelo aplicativo do clube paulista.

Os detentores do ingresso tokenizado, além de assistirem ao clássico, contarão com experiências físicas e digitais (phygital) atreladas à posse do token. Entre elas a participação da confecção de uma Taça de premiação por uma impressora 3D, recebimento de lembranças físicas e em tokens não fungíveis (NFTs) e o direito a concorrer a uma camisa do São Paulo, autografada pelos jogadores.

Por trás da iniciativa está a Inova, um hub de inovação com desenvolvimento de projetos de Web3, NFTs e token de governança, lançada em junho do ano passado pelo SPFC e que conta com a parceria das empresas Sportheca, TresPontoZero.io e goBlockchain.

Em relação aos benefícios atrelados aos tokens, o sócio e head de venture building da Sportheca, Marcelo Nicolau, disse à Exame que:

"São utilidades que o ingresso normal não oferece. Com o ingresso tokenizado você consegue alugar [funcionalidade ainda não disponível], revender com mais segurança e gerar uma receita secundária que hoje o clube não tem acesso. Você estabelece que, em toda venda, secundária, x% vai para o clube automaticamente."

Por sua vez, o sócio da TresPontoZero.io Paulo Martinez acrescentou que a utilização dos ingressos em blockchain pode representar aumento de segurança, transparência e ajudar a solucionar problemas como a segmentação de ingresso e questões de revenda e cambismo.

“A blockchain sozinha não resolve isso, mas auxilia bastante pela segurança e transparência",  pontuou.

Martinez disse ainda que o “ingresso hoje é muito atrelado ao jogo. Você compra, vê e depois descarta o ingresso, no máximo guarda um se for muito marcante.”

“A gente quer trazer um aspecto de experiência e memorabilia, que blockchain e NFTs permitem. Então você entra em um conceito de conectar e amplificar a experiência do fã de futebol além do jogo", completou.

Ele ressaltou que o projeto o uso da tecnologia também deve ser emprego para atrair outros nichos de torcedores, que normalmente não têm interesse pelo esporte, como o público gamer. Nicolau, por sua vez, também revelou que as empresas pretendem expandir o Smart Ticket para outros clubes.

Esta semana, a Sympla anunciou a migração dos ingressos distribuídos na plataforma para a blockchain, em parceria com a startup brasileira Lumx, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.