Embora muitos ditados da sabedoria popular possam ser utilizados com sucesso pelos investidores de criptomoedas, algumas máximas já não se aplicam em tempos de distribuição de tokens como forma estratégia de circulação rápida de criptoativos, os airdrops. Neste caso, seguir o conselho dos mais antigos de que “cavalo dado não se olhar os dentes” pode machucar, e muito.

Possivelmente foi o que aconteceu com as pessoas que receberam um misterioso token ERC-20 em suas carteiras nesta segunda-feira (5) atribuído por ninguém menos que Vitalik Buterin. O que não passa de um golpe de phishing tentando tirar proveito do nome do cofundador da rede Ethereum (ETH).

“Esse token foi usado para enganar as pessoas, fazendo-as acreditar que foi enviado de endereços conhecidos e pode ser spam ou phishing. Por favor, trate-o com cautela”, diz a mensagem no cabeçalho da plataforma de rastreamento de transações Ethersam da página do token suspeito, cujo dono da carteira emitente se autodenominou “vitalik.eth.”

Imagem: Reprodução/Etherscan

Pelo que exibia o Ethersan, o token era possuído por 39.570 carteiras e acumulava 41.269 transferências. O que foi descrito por diversos usuários no Twitter como um ataque de poeira (dust attack), que é quando uma quantidade mínima de dinheiro é enviada para as carteiras com objetivo de tentar obter informações do dono da carteira, no caso o golpe de phishing, ou ainda um ataque de spam. 

O token que, na verdade, não tem qualquer relação com o portfólio de Vitalik, apresentava o endereço de um site suspeito que convidava as pessoas para um suposto referendo relacionado à uma eventual bifurcação (hard fork) da rede Ethereum, com The Merge (fusão), quando a líder dos contratos inteligentes trocará o mecanismo de prova de trabalho (PoW) para prova de participação (PoS), mudança prevista para o próximo dia 15.

“Você receberá o Ethereum juntamente com o poder de voto se sua decisão de voto for escolhida. Todos podem votar em quem recebeu... o token. Seu saldo de tokens é seu poder de voto”, prometiam os golpistas. 

Segundo o relato de alguns usuários, ao clicar em “concordo” ou “discordo” (com o hard fork, o site exibia uma mensagem que os usuários autorizaram transações de phishing em suas carteiras MetaMask, além de prometer a distribuição dos Ethers aos “vencedores” no próximo dia 25. 

 Além do phishing, o possível hard fork da rede Ethereum pode implicar em imposto pesado aos detentores do eventual PoW ETH, conforme explicou uma publicação do Cointelegraph.

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