A Telefônica, dona da Vivo no Brasil, anunciou uma parceria com o mercado Wibson e vai começar a testar uma plataforma em blockchain para que os usuários possam vender seus dados em troca de dinheiro. A solução será testada inicialmente com os clientes da empresa no Uruguai e também será usada para validar os dados dos usuários e garantir que eles são reais.
“A Telefônica atuará como notária, ajudando a verificar o status de assinante da Movistar para consumidores que vendem dados por meio do mercado Wibson”, afirma o comunicado.
A Wibson lançou seu marketplace de dados em outubro, permitindo que usuários da Argentina, Espanha e Reino Unido utilizem seu aplicativo móvel e um token próprio (WIB) para monetizar informações pessoais. Após a confirmação da transação dos dados através de contratos inteligentes na plataforma, os usuários recebem o pagamento diretamente em suas carteiras digitais no aplicativo.
"Blockchain não só nos permite trabalhar com novos modelos de negócios relacionados a dados pessoais. Ele nos dá a oportunidade de adicionar uma camada de confiança às operações e projetar novos serviços disruptivos”, disse a Telefônica.
Telefônica e blockchain
A gigante global de telecomunicações investe em soluções baseadas em blockchain desde pelo menos 2018, quando iniciou testes com o uso da tecnologia para emissão de dívidas públicas da empresa na Alemanha. No mesmo ano, a empresa também fez parceria com a IBM para aplicar a tecnologia blockchain ao gerenciamento do tráfego internacional de chamadas de telefones celulares.
Em 2020, a empresa anunciou a criação de uma blockchain própria que, segundo a empresa, se tornou a terceira maior do mundo na época, processando mais de 500 transações por segundo. No Brasil, a empresa também anunciou uma parceria com a Associação local de Parques de Ciência e Tecnologia (APTE) da Espanha para conceder acesso ao seu blockchain a cerca de 8.000 empresas no país. Por meio da parceria, a Telefônica implementou nós de sua blockchain baseada em Hyperledger nos 52 sites da APTE.
No Brasil a empresa também anunciou uma aplicação em blockchain no rastreio da cadeia de suprimentos de roteadores. Em março de 2020, a Telefónica, por meio de sua filial Innovation Ventures, investiu no fundo, brasileiro Redpoint Eventures. O objetivo era impulsionar startups que utilizam tecnologias como blockchain, 5G, IoT e Inteligência Artificial, fortalecendo o ecossistema tecnológico local.
A Telefónica oferece soluções de blockchain por meio da Telefónica Tech, permitindo que empresas adotem essa tecnologia para melhorar processos e aumentar a transparência em suas operações. Em julho de 2023, a empresa firmou uma parceria com a Fundação Celo, integrando a "Celo Alliance for Prosperity". Essa colaboração tem como objetivo promover a inclusão financeira e expandir o uso de blockchain, contribuindo para a criação de sistemas de transações online seguros e sustentáveis.
Já em janeiro de 2024, a Telefónica, em parceria com a Nova Labs, adotou a tecnologia blockchain da Helium Network para expandir a cobertura móvel no México. Essa iniciativa visa reduzir custos de infraestrutura e melhorar a conectividade, especialmente em áreas remotas.