O Brasil possui hoje 297 EdTechs - startups que aliam educação e tecnologia -, segundo levantamento realizado pela Liga Insights e compartilhado com o Cointelegraph em 19 de julho. Algumas destas companhias atuam no mercado de criptomoedas e blockchain.

No total, as soluções de EdTechs foram divididas em 18 categorias sendo que: 12% são de Curadoria Eletrônica de Conteúdos e Gestão Educacional com 12% cada; Plataformas de Ensino, de Livros e Conteúdos e de EAD, LMS, Cursos e Treinamentos, juntas, somam 13%; Novas Habilidade e Novas Propostas de Ensino, cada uma com 8%; Treinamento e Melhoria de Habilidades com 7%; além de Idiomas e Gamificação, com 5% cada e Educação Inclusiva, com quase 4%.

O mapeamento analisou um banco de dados com mais de 13 mil startups do Brasil. O estudo também contou com a parceria da aceleradora Liga Ventures, Ambev, Cargill, IGC Partners e Derraik & Menezes Advogados e contou com entrevistas de empresas e instituições como Cel.Lep, IBM, ESPM e Saint Paul.

Ainda de acordo com o estudo, no Brasil, as EdTechs se concentram principalmente na região Sudeste, onde se concentram 74% (49% em São Paulo, 16% no Rio de Janeiro e 9% em Minas Gerais) e no Sul (6% em Santa Catarina e 5% no Paraná).

“Por se tratar de uma área com grande influência do poder público, precisamos dar uma atenção especial às burocracias dos processos para a adoção destas tecnologias vindas de startups”, analisa Raphael Augusto, responsável pelo Liga Insights.

Entre os desafios do setor, identificados pelo estudo estão as fronteiras de acessibilidade - 39% dos domicílios brasileiros não têm acesso à internet e, nas escolas públicas, este número é de 34,4%. O Letramento Digital também é uma barreira e, antes dos alunos, é preciso olhar para o corpo docente: 60% dos professores nunca realizou cursos relacionados à aplicação de tecnologias digitais no ensino.

“No aspecto privado, também vemos evoluções, assim como desafios. Em um ambiente em transformação pela inovação aberta, os grandes grupos educacionais precisam incentivar o desenvolvimento destas tecnologias em consonância com o mercado”, afirma Raphael.

Para ele, “as startups buscam sempre ajudar a resolver uma dor, um problema, explorar um novo modelo e novos negócios e, todos estes aspectos, são grandes oportunidades na área de educação de um país com tantas diferenças e necessidades como o Brasil”.

Como reportou o Cointelegraph, os advogados Rodrigo Borges e Tatiana Revoredo, idealizadores e professores de um curso de blockchain no Insper, falaram sobre a iniciativa e cravaram: "a blockchain tem potencial para impactar todas as indústrias e a relação entre cidadãos e governos".