A empresa de blockchain StarkWare revelou o prover de zero-knowledge (ZK) STARK Two (S-two), que permite maior privacidade e verificação diretamente em dispositivos do dia a dia, como celulares, notebooks e navegadores.
Segundo a empresa, o novo prover ZK permite que os usuários gerem provas criptográficas complexas do lado do cliente. Isso significa que é possível gerar provas ZK diretamente nos próprios dispositivos, sem depender de servidores ou infraestrutura em nuvem, o que abre caminho para aplicações mais rápidas e privadas na internet.
“O S-two trará a geração de provas STARK para dispositivos do dia a dia e abrirá espaço para novos casos de uso no mundo real”, disse Eli Ben-Sasson, cofundador e CEO da StarkWare, acrescentando que a ferramenta pode impulsionar a próxima geração de aplicações com zero-knowledge.
A StarkWare informou que o prover ZK está disponível em versão alfa pública e deve ser lançado na Starknet, sua solução de escalabilidade de segunda camada para o Ethereum, ainda este ano.
StarkWare afirma que novo prover ZK é 39 vezes mais rápido que soluções anteriores
A empresa afirmou que testes de desempenho do S-two mostraram que ele é 39 vezes mais rápido do que soluções anteriores. Esse avanço de performance permite experiências mais fluidas em aplicações voltadas à privacidade.
A atualização também viabiliza casos de uso em transações privadas, identidade baseada em ZK e inteligência artificial verificável. A StarkWare afirmou que o S-two roda em CPUs, GPUs e, em breve, estará disponível para navegadores.
“Durante anos chamamos o prover de nossa varinha mágica, uma ferramenta que transforma computações complexas em uma prova simples”, disse Ben-Sasson. “Agora, essa varinha se tornou um sabre de luz no seu bolso, algo que qualquer um pode usar instantaneamente, direto do próprio dispositivo.”
Segundo a StarkWare, desenvolvedores já podem criar aplicações com o S-two, cuja versão alfa oferece suporte a diversos hardwares. A empresa informou ainda que participantes do ecossistema ZK, como Kakarot, Nexus, ZAN e AntChain OpenLabs, já adotaram a tecnologia.
A Kakarot utiliza o S-two no ETHProofs para gerar provas de blocos do Ethereum com mais eficiência, enquanto a Nexus está padronizando rastreamentos RISC-V para se alinhar à arquitetura do S-two. Já a ZAN e a AntChain OpenLabs estão adicionando aceleração via GPU para ampliar ainda mais o desempenho do prover.
Casos de uso para o prover S-two de zero-knowledge
O diretor de operações da StarkWare, Oren Katz, disse ao Cointelegraph que o S-two representa uma mudança no uso cotidiano das provas ZK. Gerar provas de validade diretamente nos dispositivos permitirá recursos com preservação de privacidade em mensagens, pagamentos e identidade digital.
“Você pode provar que um pagamento foi válido sem mostrar seu saldo ou verificar uma identidade sem revelar dados pessoais”, acrescentou Katz.
Ele afirmou ainda que até mesmo pagamentos de salário poderiam ser realizados on-chain com total transparência e sem exposição de informações sensíveis, chamando esse avanço de “um grande passo para levar a tecnologia zero-knowledge ao mainstream”.
Além da privacidade, Katz destacou que a geração local de provas também desbloqueia casos de uso em outros setores. Segundo ele, jogadores poderão jogar offline e depois gerar uma prova criptográfica de suas conquistas.
“Um operador, em vez de executar toda a lógica on-chain para provar a integridade, pode executá-la em seus próprios servidores e simplesmente gerar uma prova de que tudo foi feito corretamente”, explicou Katz.
Novo prover ZK segue movimento do Ethereum por mais privacidade
O lançamento do novo prover ZK da StarkWare acompanha os esforços do Ethereum por melhorias em privacidade. Em 11 de abril, o cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, publicou um roadmap com foco em aprimorar a privacidade de carteiras, aplicações de finanças descentralizadas (DeFi) e da própria infraestrutura da rede.
Buterin defendeu a adoção de normas e recursos de privacidade em todo o ecossistema Ethereum, incluindo a integração de ferramentas de privacidade em carteiras de ETH.