A Tether, empresa por trás da maior stablecoin por capitalização de mercado, supostamente permitia que seus clientes transferissem fundos por meio da plataforma de pagamentos do Signature Bank – concedendo à empresa acesso ao sistema financeiro dos Estados Unidos.
De acordo com uma reportagem da Bloomberg divulgada em 4 de abril, a Tether tinha um canal aberto no sistema bancário dos EUA que permitia aos seus usuários transferir dólares através do Signet do Signature para seu parceiro bancário das Bahamas, o Capital Union Bank. A reportagem citou “pessoas com conhecimento do caso”, que acrescentaram que esse sistema estava em vigor no momento em que os reguladores assumiram o controle do Signature em março.
Tether doesn’t have direct access to the US banking system, but for a while it found at least one pathway: through Signature Bank https://t.co/gKDgTs6Jae
— Bloomberg (@business) April 4, 2023
A Tether não tem acesso direto ao sistema bancário dos EUA, mas por um tempo encontrou pelo menos um caminho: o Signature Bank
— Bloomberg (@business)
Embora o acordo entre a Tether e o Signature supostamente não fosse ilegal, deixar de divulgar essas informações ao público investidor é indicativo de práticas de alto risco. De acordo com um porta-voz da Tether, os bancos usados pelo emissor da stablecoin “sempre tiveram acesso a vários canais bancários e contrapartes” e as entidades associadas “não seriam afetadas pela exposição direta ou indireta ao Signature.”
O Departamento de Serviços Financeiros de Nova York anunciou o fechamento do Signature em 12 de março, alegando que a decisão havia sido tomada em comum acordo com a Corporação Federal Asseguradora de Depósitos (FDIC) como uma medida para “proteger a economia dos EUA." A emissora de stablecoin Paxos informou na época que tinha US$ 250 milhões vinculados ao Signature, enquanto o diretor de tecnologia da Tether, Paolo Ardoino, disse que a empresa não tinha nenhuma exposição ao banco falido.
#tether doesn't have any exposure to Signature Bank.
— Paolo Ardoino (@paoloardoino) March 12, 2023
#tether não tem nenuma exposição ao Signature Bank
— Paolo Ardoino (@paoloardoino)
Os congressistas dos EUA continuam analisando o colapso do banco amigo das criptomoedas, o terceiro de uma série que teve início com o Silvergate Bank, seguido pelo Silicon Valley. Em uma audiência realizada em 28 de março do Comitê Bancário do Senado, o presidente do FDIC, Martin Gruenberg, disse que o Signature não havia gerenciado adequadamente seus riscos operacionais. Embora o Signature tenha reduzido sua exposição a ativos digitais após o colapso da exchange FTX, um usuário entrou com uma ação contra o banco alegando que ele “auxiliou e incentivou” as fraudes cometidas pelo ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried.
O Signature planeja vender seus cerca de US$ 38 bilhões em depósitos e US$ 13 bilhões em empréstimos para o Flagstar Bank, uma subsidiária do New York Community Bancorp. Gruenberg disse também que os US$ 4 bilhões em depósitos de clientes da indústria de criptomoedas provavelmente serão devolvidos aos usuários ainda esta semana.
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