A queda nas taxas de juros básicos no Brasil levou os investidores a buscarem outras alternativas mais rentáveis para suas aplicações. Os investimentos em ativos de risco se tornaram a vedete da vez e os números positivos da Bovespa, tem confirmado isso. Recordes seguidos nos últimos meses mostram que os investidores estão aplicando suas fichas em ações de empresas de tecnologia buscando retornos mais agressivos.

As alternativas variam muito de acordo com o valor disponível para investimento, o prazo, o risco e a instituição financeira, entre outros fatores.  Portanto, no que tange ao que seria o melhor investimento de baixo risco com este cenário, não há uma resposta que sirva como bala de prata. Será preciso que cada investidor analise sua capacidade de investimento e apetite ao risco.

No ponto de vista macroeconômico a queda da Selic é um divisor de águas para a economia brasileira, pois sua queda reforça a premissa de que nossos fundamentos econômicos se encontram em um patamar mais saudável. Vejamos abaixo o tamanho da queda acumulada entre 2019 e 2020.

Imagem: Minhas Economias

A Selic caiu dos 14,5% por ano para 2,25% ao ano. Trata-se do menor patamar da história e a consequência é que boa parte dos investimentos conservadores deve ter um retorno real, descontando a inflação — zero ou negativo.

Contudo, nem todos os investidores estão buscando mais risco e ainda operam com vertente conservadora ativada, principalmente em época de crise como a atual, onde temos uma crise financeira provocada por um fator exógeno a todos os prognósticos - a pandemia. Qual a opção mais rentável que não esteja atrelada à Selic? Podemos elencar os seguintes investimentos: ações de empresas em desenvolvimento (smallcaps), ações de empresas que pagam dividendos, fundos imobiliários que pagam renda recorrente, fundos de ações, fundos multimercados, tesouro direto e Certificados de Depósito Bancário (CDB).

De todos esses vamos nos concentrar somente nos CDB's, pois são a opção de investimento mais acessível ao investidor médio, que está fugindo da poupança e que facilmente pelo celular pode realizar uma operação de compra de um CDB sem a preocupação com custódia e ação direta de um consultor/gerente de banco, por exemplo. 

Qual a mecânica dos CDB's?

Ao investir em um CDB, você emprestará o seu dinheiro para um banco em troca de juros. Ao investir em um título Tesouro Selic, você emprestará o seu dinheiro para o governo brasileiro, à grosso modo, esta é a diferença e mecânica por trás da compra desses títulos. Portanto, um CDB é um título privado, emitido por um banco. O Tesouro Selic é um título público, emitido pelo Tesouro Nacional, que é o caixa do governo do nosso país.

Os títulos do tesouro na sua maioria, não todos, estão atrelados à Selic e estamos buscando alternativas a esta. Vejamos qual foi a performance dos CDB's nos últimos 12 meses. É importante destacar que os CDB's são indexados pelo CDI (Certificado de depósito interbancário), que é uma taxa que determina o rendimento anual de diversos tipos de investimento.

Imagem: Banco Central


Com a atual taxa da Selic e com a queda do CDI como apresentado no gráfico acima, podemos inferir que dependendo do banco a rentabilidade do CDB está girando em torno de 5 a 6% ao ano dependendo do Banco. Quanto maior o banco, mais baixa será a taxa, quanto menor o banco, maior será a taxa. Bancos de grande porte como não representam riscos de liquidez pagam retornos muito menores, enquanto os bancos menores, pelo risco que representam, pagam taxas maiores.

Desempenho do Bitcoin em 2020

Imagem: Cryptowatch

O Bitcoin um dos ativos com melhor desempenho de 2020 até o momento, com um ganho de 28% no acumulado do ano. Um dos fatores que tem contribuído para a rápida recuperação do Bitcoin é que ele além de funcionar como meio de troca e unidade de referência de valor, também é visto como um ativo de reserva de valor. Isto porque o Bitcoin não sofre com a inflação produzida por decisões governamentais.

No gráfico acima analisamos somente o investimento direto sobre a moeda digital, onde há naturalmente riscos inerentes de fortes instabilidades e oscilações. Para investidores que estejam buscando exposição ao Bitcoin, mas buscam alguma garantia e segurança, já existem no Brasil opções em fundos de investimento que aplicam parte em ativos tradicionais e parte em criptoativos. 

Imagem: SmartBrain

No gráfico acima comparamos o rendimento do Bitcoin frente ao CDI em um ano. O Bitcoin se destaca na linha azul mais clara. O fundo HASHDEX CRIPTOATIVOS DISCOVERY FIC FIM rendeu 6,24%.

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