O dono do Grupo Bitcoin Banco, Claudio Oliveira, deu entrevista ao UOL em que diz que "se for golpista, é o golpista mais burro do mundo".

Na entrevista, Oliveira, que diz apostar na recuperação do grupo que deve R$ 500 milhões a quase 6.500 investidores, diz que o GBB não era um golpe:

"Se eu for golpista, acho que sou o golpista mais burro do mundo, pois não fugi e ainda chamei a Justiça para vir ver meu golpe"

A Recuperação Judicial do GBB foi suspensa em fevereiro, segundo Oliveira por um só cliente entre tantos desfalcados pela empresa. A empresa já teria apresentado documentos para dar seguimento na recuperação e agora aguarda a deliberação do desembargador responsável.

O GBB deve agora apresentar o plano de recuperação e seguir as diretrizes da administradora da recuperação, que no passado já declarou que o GBB não estaria colaborando com o processo.

O dono do GBB diz "não saber" se os investidores receeberão de volta a quantia investida ou o investimento com os lucros gerados desde que o GBB bloqueou toda sua plataforma, e que isso vai depender do plano de recuperação e de negociação com quem foi lesado pela empresa.

Claudio Oliveira ainda se contradiz ao explicar se aqueles que conseguiram lucros de até 1.000% na plataforma serão pagos, dizendo que a recuperação judicial vai "corrigir isso", sem especificar o que, sem conseguir explicar se a "culpa"  dos rendimentos irreais é do GBBou dos clientes, completando dizendo que "no mínimo, a pessoa vai receber o que investiu".

Oliveira diz que o Bitcoin Banco deve se reerguer relançando suas empresas, entre elas a Negocie Coins e Tem BTC, além da Zater, três exchanges que o GBB aposta para se recuperar financeiramente. Ele diz que os traders poderão negociar entre as plataformas, como ocorria no passado com a chamada "arbitragem infinita".

O dono do GBB ainda diz que o sistema FortKnox será aperfeiçoado e nega que o sistema tenha sido hackeado no ano passado, o que na época foi indicado como um dos motivos para a derrocada da empresa:

"Isso é um mito e uma fantasia. Não foi o FortKnox que foi hackeado, mas o código onde roda a plataforma. São coisas diferentes. Havia uma brecha que permitia fazer a mesma operação ao mesmo tempo em dois computadores diferentes, e isso gerava duplicação. Essa outra plataforma, no entanto, é diferente da FortKnox."

Ele ainda diz que seus bens bloqueados pela Justiça não são motivo de preocupação:

Eu não me importo em ter os bens bloqueados. Só se importaria quem não tem intenção de pagar ou quem tem intenção de fugir. Nunca tive. Essa história que eu iria viajar para Suíça nunca houve. Eu não cogito sair de férias porque eu tenho que resolver o problema do grupo.

E completa rechaçando a ideia de que o GBB seja um grande golpe:

"Tenho a dizer que, pelo que eu saiba, golpe você dá e foge. Porque se eu for golpista, eu acho que sou o golpista mais burro do mundo, pois dei golpe, não fugi e ainda chamei a Justiça para vir ver meu golpe.

Aí é um pouco absurdo. Acho que as pessoas que falam que é o maior golpe estão desinformadas na questão de saber que não fui embora, continuo trabalhando todos os dias, tenho residência fixa, tenho família e chamei a Justiça para dentro de casa para que eu possa retomar meu negócio, trabalhar e saldar minhas obrigações."

O Grupo Bitcoin Banco reunia algumas das maiores empresas de criptomoedas do Brasil, até começar a ruir na metade de 2019, deixando milhares de investidores a ver navios. Na época, a "arbitragem infinita" foi suspeita de ter números inflados pela empresa, o que atrairia mais investidores ao negócio antes da empresa entrar na crise, que se arrasta há meses e agora aguarda a Justiça para ser resolvida.