Em meio ao derretimento de até 44% das altcoins, o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 66,4 mil (+0,3%) no início da tarde desta quarta-feira (31). Apesar da negociação em uma faixa pouco superior ao início da manhã, o benchmark pode surpreender as narrativas pessimistas pela alta movimentação de pequenos investidores, as sardinhas, segundo dados da Santiment. Contrariamente, a BCA Research aponta “falta de dinheiro”.
Em uma publicação feita no X antes da divulgação da taxa de juros do Federal Reserve (Fed), que concentrava os holofotes dos investidores, a plataforma de monitoramento on-chain observou que as sardinhas podem golpear os ursos do Bitcoin.
A movimentação apontada pela Santiment se relacionava com a alta no número de carteiras transferindo 244 mil BTC para carteiras contendo uma unidade da criptomoeda.
“Como o Bitcoin está logo ao norte de US$ 66 mil [no momento da publicação], observe o nível crescente de tokens únicos sendo transferidos entre carteiras. 244K BTC circulando em um único dia foi o máximo desde 5 de março. A utilidade está gradualmente retornando aos níveis vistos pela última vez durante a corrida de touros no primeiro trimestre”, ressaltou a Santiment.
📊 As Bitcoin ranges just north of $66K, take note of the rising level of unique tokens being transferred between wallets. 244K BTC circulating in a single day was the most since March 5th. Utility is gradually returning back to levels last seen during the bull run in Q1. 👀 pic.twitter.com/uaze6557DE
— Santiment (@santimentfeed) July 31, 2024
Observando o comportamento do Bitcoin entre o dia 1º de janeiro, quando a criptomoeda girava em torno de US$ 44 mil, até o dia 31 de março, quando o BTC era trocado de mãos por volta de US$ 70 mil, a Santiment está de olho em uma possível corrida dos touros a partir dos sinais emitidos pelas sardinhas.
A se confirmar a repetição no curto prazo do que ocorreu no primeiro trimestre, o BTC pode imprimir um rali de aproximadamente 50% no curto prazo, de acordo com o preço do benchmark no momento desta edição.
Por outro lado, o momento pode ser diferente do que acorreu no começo do ano com o frenesi da aprovação dos fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin.
Foi o que indicou esta semana a casa de análise BCA Research, que apontou falta de dinheiro para impulsionar o mercado de ações, ausência de liquidez que, a se confirmar, pode atingir, em cheio, mercados como o de criptomoedas.
Em nota, a BCA Research informou que o recuo se aplica a fundos domésticos e empresas de investimento, falta de combustível para manter o rali do S&P 500, índice acionário historicamente correlacionado ao mercado de criptomoedas.
Para a BCA Research, “há rachaduras surgindo na economia dos EUA", tais como a dificuldade financeira das famílias de baixa renda. Redução de gastos que deve repercutir em redução de lucros corporativos e consequente quedas das bolsas.
A análise da BCA Research condiz com a avaliação de curto prazo feita recentemente pelo especialista em criptomoedas de pseudônimo Inmortal. Para ele, apesar do sinal de alta de até 65% de duas altcoins, o Bitcoin deve derreter até 25% antes de uma nova máxima histórica.
Na mesma direção, o especialista em criptomoedas Diego Consimo considera que o BTC deve sofrer correção mais profunda após rejeição nos US$ 70.000, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.