Se o “Rali do Papai Noel” não aconteceu na semana anterior ao Natal, é possível que o presente aos investidores de criptomoedas esteja reservado aos dias seguintes à festividade em 2024.
Nos últimos 10 anos, o mercado de criptomoedas registrou valorização na semana após o Natal em 8 ocasiões, segundo uma pesquisa publicada pela CoinGecko. Entre 2014 e 2023, no período entre 27 de dezembro e 2 de janeiro, a capitalização total do mercado de criptomoedas cresceu entre 0,7% e 11,9%. As duas exceções foram os anos de 2021 e 2022.
Maior criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC) nem sempre acompanha o desempenho mais amplo do mercado. “O rali do Papai Noel do Bitcoin parece ser um fenômeno inconstante", afirma a pesquisa. Apenas em cinco dos últimos 10 anos, o Bitcoin valorizou na semana seguinte ao Natal.
Baixa liquidez e alta volatilidade
As festas de fim de ano são períodos tradicionalmente caracterizados por baixa liquidez nos mercados financeiros, favorecendo o aumento da volatilidade e, consequentemente, os chamados “ralis do Papai Noel.”
Em 2016, o mercado de criptomoedas registrou um aumento significativo, com a capitalização total subindo 10,56% após o Natal. Na ocasião, o Bitcoin foi o grande catalisador do crescimento, com uma valorização de 13,2% em sete dias.
No ano seguinte, o mercado de criptomoedas retraiu 12% antes do Natal, sob o impacto negativo do fracasso de diversos tokens lançados em ICOs (ofertas iniciais de moedas).
No entanto, o mercado praticamente recuperou integralmente as perdas com uma alta de 10,56% na semana seguinte, impulsionada pelo crescimento de altcoins de grande capitalização de mercado.
Naquela ocasião, o rali do Papai Noel abriu caminho para o último impulso das altcoins antes do mercado de baixa, enquanto o Bitcoin já estava nos estágios iniciais de uma correção que o levaria a mínimas de US$ 3.200 em fevereiro de 2019.
A valorização do Ether (ETH) foi o grande destaque do rali do Papai Noel de 2017. A maior altcoin em capitalização de mercado dobrou de valor nos 20 dias subsequentes ao Natal, atingindo uma nova máxima histórica em 12 de janeiro de 2018.
Em 2020, o mercado também apresentou um desempenho robusto na última semana do ano, com um crescimento de 10% após o Natal, alinhado com a alta do Bitcoin no mesmo período. A passagem de 2020 para 2021 foi marcada por um período de descoberta de preços para o Bitcoin.
O Bitcoin rompera a máxima histórica do ciclo anterior em 16 de dezembro, ultrapassando os US$ 20 mil pela primeira vez em sua história. Nos meses seguintes, seguiu uma trajetória ascendente praticamente ininterrupta até alcançar US$ 64 mil em abril.
Após festas de fim de ano marcadas por desempenhos negativos em 2021 e 2022, no ano passado os ganhos foram mais modestos, limitados a 3,6%.
Sob a expectativa crescente da aprovação dos ETFs spot de BTC nos EUA, a capitalização total do mercado de criptomoedas praticamente dobrou ao longo de 2023, impulsionada em grande parte pelo desempenho do BTC no período.
Em 2014, 2015 e 2019, a variação positiva foi apenas marginal, limitada a menos de 3%, refletindo períodos de consolidação do mercado de criptomoedas após ciclos de baixa.
Por sua vez, 2018 registrou o único rali do Papai Noel dissociado da tendência geral do mercado. Em pleno ciclo de baixa, as criptomoedas registraram um crescimento de 4,5% na última semana do ano.
O rali do Papai Noel é um fenômeno diretamente correlacionado às condições mais amplas do mercado – e não um fenômeno sazonal independente, conclui o relatório.
Portanto, um declínio significativo no período pode colocar em dúvida a continuação do atual mercado de alta, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil.