A equipe jurídica por trás do ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, entrou com uma petição junto a um tribunal dos EUA para restringir certas informações sobre os indivíduos que atuam como fiadores da fiança de US$ 250 milhões que colocou SBF em liberdade condicional, citando ameaças feitas contra a família do acusado.

Em uma carta datada de 3 de janeiro apresentada ao juiz Lewis Kaplan no Tribunal Distrital dos Estados Unidos no Distrito Sul de Nova York, a equipe jurídica de Bankman-Fried solicitou à corte que os "nomes e outras informações de identificação" dos outros dois fiadores de SBF não fossem divulgados ao público e fossem omitidos dos títulos assim que forem assinados em 5 de janeiro. Mark Cohen, do escritório de advocacia Cohen & Gresser, disse que, se as informações pessoais dos indivíduos estivessem disponíveis, eles poderiam ficar sujeitos a assédio semelhante ao que os pais do ex-CEO da FTX , Barbara Fried e Joseph Bankman, estão sofrendo.

“Nas últimas semanas, os pais do Sr. Bankman-Fried se tornaram alvo de intenso escrutínio da mídia, assédio e ameaças”, disse Cohen. “Entre outras coisas, os pais do Sr. Bankman-Fried foram alvo de um fluxo constante de correspondência ameaçadora, incluindo declarações expressando o desejo de que ambos sofressem danos físicos. Consequentemente, há sérios motivos para acreditar que os dois fiadores adicionais enfrentarão invasões de privacidade semelhantes, bem como ameaças e assédio se seus nomes não forem omitidos em seus títulos ou se suas identidades forem divulgadas publicamente.”

Fried e Bankman viabilizaram a libertação do filho sob fiança em dezembro, usando como garantia para o valor exigido de US$ 250 milhões a própria casa em Palo Alto, na qual Bankman-Fried encontra-se atualmente sob prisão domiciliar. Cohen citou o precedente legal de que a ausência de divulgação pública em torno de outros dispostos a apoiar financeiramente SBF “preservaria os valores mais elevados” e não prejudicaria o poder judicial do tribunal:

“Se os dois fiadores restantes forem identificados publicamente, eles provavelmente serão submetidos ao escrutínio da mídia e potencialmente se tornarão alvo de assédio, apesar de não terem nenhuma conexão substantiva com o caso. Consequentemente, a privacidade e a segurança dos fiadores são 'fatores compensatórios' que superam significativamente a presunção de acesso público às informações limitadas em questão.”

Os usuários do Cripto Twitter teceram especulações sobre as identidades dos fiadores não identificados, citando nomes como Kevin O'Leary e o gerente de fundos de hedge Bill Ackman. Um outro sugeriu que o CEO da Binance, Changpeng Zhao, pode ter ajudado Bankman-Fried - uma conclusão improvável, considerando o histórico de confrontos dos dois empresários de criptomoedas nas redes sociais em meio à falência da FTX.

Bankman-Fried foi extraditado para os Estados Unidos após sua prisão nas Bahamas em dezembro. Espera-se que ele compareça pessoalmente ao tribunal em 3 de janeiro para supostamente declarar-se inocente diante das acusações criminais que recaem sobre ele, que incluem fraude eletrônica, fraude de valores mobiliários e violações das leis de financiamento de campanha eleitoral.

Bankman-Fried deve se declarar inocente em caso de fraude FTX

— Reuters (@Reuters)

O cofundador da FTX, Gary Wang, e a ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, já se declararam culpados de acusações relacionadas e começaram a cooperar com as autoridades. Ellison também prestou uma declaração em dezembro reconhecendo os laços financeiros entre a FTX e a Alameda no centro do caso dos promotores contra a SBF.

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